Usineiros ganham mais uma

cortador de canaÉ sempre assim, se o preço está bom e se há muita demanda, os usineiros dizem que o mercado é quem deve regular o preço do álcool. Por isso jogaram duro e o governo teve que reduzir o percentual de álcool anidro na composição da gasolina vendida nos postos do país de 25% para 20%. Quem paga o pato é o pato de sempre, o consumidor, que vai ter que desembolsar mais pela encher o tanque do carro.
Mais adiante, quando vier a safra e a oferta do produto aumentar, pode ser que os usineiros corram novamente ao governo, pedindo por favor para que volte aos 25% na mistura, porque senão eles podem quebrar e desempregar centenas de milhares de cortadores de cana, que os usineiros tratam com o "maior carinho": em média, cada um deles corta 12 toneladas de cana por dia. O que dá, segundo estudos da USP, aproximadamente 12 mil golpes com o podão, utilizado para derrubar a cana. Por isso eles estão morrendo de exaustão na região de Ribeirão Preto, à razão de um por mês, e são a prova de que se extrai trabalho do empregado até o bagaço.