Amapá: Uma causa nobre para os "indignados úteis"

Já que o sonho da eleição de Alckmin não vai vingar mesmo (o que este blog afirma há muito tempo, desde março), que tal uma causa nobre para os "indignados úteis" gastarem sua indignação?

Ninguém liga para o Amapá. Nem os institutos de pesquisa vão até lá. Cobrem, no máximo, 25 estados. Sobram sempre dois, e o Amapá é um deles. Pois é no Amapá que o senador José Sarney (PMDB) montou um novo feudo (o antigo, no Maranhão, está retratado aqui). E, lá, busca a reeleição. O principal aliado do ex-presidente no estado é o Judiciário. Tudo o que Sarney pede é atendido sem demora. Os jornais, rádios e blogs do Amapá vivem censurados, com matérias retiradas do ar e multas distribuídas aos montes. A rádio Equatorial, além de multa de R$ 70 mil, já esteve fora do ar por três vezes, durante 48 horas cada. Parece que está fora do ar agora, novamente. O jornal Folha do Amapá é censurado sistematicamente há semanas, com suas principais matérias sendo retiradas do ar, por ordem da Justiça.

Semana passada, a Folha de São Paulo (onde o ex-presidente tem uma coluna semanal, na qual poderia nos brindar com sua versão dos fatos...), publicou uma reportagem de Tiago Reis sobre o assunto, que está reproduzida na versão online da Folha de Amapá.
Um mês e meio após o início da campanha eleitoral, a coligação União pelo Amapá, encabeçada pelo senador José Sarney (PMDB), candidato à reeleição, já conseguiu que quatro meios de comunicação do Estado saíssem do ar ou tivessem reportagens retiradas das páginas da internet. Outros dois meios foram notificados pelo TRE por publicar charges com referências ao senador. Os alvos foram uma rádio e cinco sites - três blogs, um jornal eletrônico e uma agência de notícias.
O jornal Folha do Amapá já teve três manchetes e um editorial suspensos por determinação do TRE. A Rádio Equatorial FM já ficou fora do ar três vezes, todas por 48 horas.
Para o jornalista Humberto Moreira, âncora do programa Revista Matinal e alvo da representação, a Justiça acata tudo [a favor de Sarney]. As liminares têm como justificativa, entre outras, "propaganda eleitoral negativa" e "dano à imagem e à honra do candidato".
A imprensa local acusa "censura". A assessoria de Sarney disse que ele não irá tomar parte de algo que é próprio da campanha. Para o presidente do TRE-AP, Honildo Amaral de Mello Castro, o tribunal tem julgado caso a caso, sem coloração político-partidária.

(Atenção: se você não quer eleger um corrupto, clique aqui, e não deixe de ler esta postagem.)

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