Secretário de Segurança desafia ministro da Justiça a um duelo

charge de Aroeira

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo Abreu, só pode estar brincando, quando afirma que quer a ajuda do Exército, desde que este fique sob seu comando. Ele sabe que isso é o mesmo que dizer que não quer a ajuda do Exército. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, respondeu na hora:
" Esse raciocínio do Saulo é o mesmo do Garotinho, de quem não quer. O Garotinho veio com essa conversa de pôr 4 mil homens para trabalhar sob a jurisdição da Secretaria da Segurança Pública. Não pode."

Mas o secretário Saulo não se deu por satisfeito. Em reportagem do Estado de São Paulo, ele faz graves acusações ao governo federal, especialmente ao ministro da Justiça. Chamou de "factóide, conversa mole", o oferecimento de R$ 1 milhão do governo federal para realização de um mutirão que verificará a situação dos processos dos 144 mil presos no Estado. Saulo afirmou que o governo paulista repassa R$ 200 milhões anualmente à OAB para que ela dê assistência gratuita aos presos, e ironizou a oferta de MTB: "o dinheiro vai para uma ONG amiga, aquela que faz o trabalho que o amigo pede". O secretário ainda perguntou pelos tais R$ 100 milhões, que o governo Lula teria liberado para São Paulo. Saulo afirma que até agora não viu a cor do dinheiro. O ministro afirma que o dinheiro está liberado, mas para isso o estado deve enviar os projetos em que eles serão utilizados. O que até o momento não teria sido feito.

Para acabar com esse diálogo pela imprensa, o secretário chamou o ministro para um duelo:
"Tá desafiado: cargo por cargo, se o dinheiro vier este ano. O secretário da Segurança está dizendo que o ministro da Justiça faltou com a verdade quando disse que os R$ 100 milhões viriam já. Não vieram e não virão. O ministro faltou com a verdade quando disse que irá fazer um grande mutirão para tirar milhares de presos dos presídios de São Paulo, como se estivéssemos dormindo em berço esplêndido, sem pensar nessas condições."

Espera-se que desse duelo não acabem sobrando balas perdidas para a população de São Paulo, que paga os salários dos dois.

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