FAB suspeita de sabotagem no apagão do Cindacta-4

Reportagem de Tânia Monteiro no Estadão:

A Força Aérea Brasileira (FAB) está investigando a possibilidade de ter ocorrido sabotagem no sistema de energia elétrica do Cindacta-4. A sindicância, que deve durar 40 dias, foi aberta porque o comando da Aeronáutica considerou “muito estranho” ter havido uma falha da proporção da ocorrida ontem no sistema de geradores reservas, provocando um apagão - literal, desta vez - durante uma inspeção de rotina.

Os Cindactas de Manaus e de Brasília são os mais resistentes ao enquadramento determinado pela Aeronáutica, que tem sido rígido no tratamento com controladores. Em dezembro, quando houve uma queda no sistema de comunicações no Cindacta-1, em Brasília, paralisando o tráfego aéreo no País, também houve suspeita de sabotagem. Na época, os oficiais não entendiam como um técnico em comunicações poderia ter colocado uma placa de forma errada no sistema, provocando a pane. Depois, foi afastada a hipótese de sabotagem.

O Cindacta-4, por sua vez, foi um dos focos do motim de 30 de março, que paralisou completamente aeroportos do País. O levante fez a Aeronáutica afastar seis sargentos. E o Inquérito Policial-Militar (IPM) que investiga o caso pediu o indiciamento de 20 controladores. Insatisfeitos com o IPM, os militares ameaçaram no início do mês cruzar os braços durante os Jogos Pan-Americanos.

“É uma situação muito estranha. Se esse problema tivesse ocorrido em Curitiba (onde são mínimos os problemas com os controladores), a desconfiança em relação a uma sabotagem seria muito menor”, comentou um oficial. Técnicos e engenheiros foram deslocados para Manaus e estão fazendo uma inspeção.

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