Retirada de propaganda do carro é só propaganda

Vamos supor que tenha havido mesmo pressão do governo (jornalões, pitblogueiros e seus acólitos dizem que diretamente do presidente Lula) para que fosse retirado do ar o comercial de um carro que fazia referência à frase “relaxa e goza” da ministra Suplicy. Vamos supor.

A diretoria da montadora tinha diante de si duas opções: retirava o comercial, para ficar bem com o “presidente”; mantinha o comercial. Não tem lógica alguma retirar o comercial do ar e “deixar vazar” que isso aconteceu por causa de censura vinda do governo. Porque aí não seriam atendidas nenhuma das alternativas.

Logo, o que está acontecendo não pode ser explicado por essas duas alternativas. Mas por uma terceira. Trata-se de mais um caso de marketing viral. A pista para isso é dada pela própria fonte do vazamento: o presidente da agência responsável pelo comercial.

Toda a campanha é inteligente e joga muito bem com o senso de oportunidade. Primeiro, ao fazer o comercial. Agora, ao retirá-lo do ar e revestir a ação de um conteúdo político, explorando a gosto de sangue dos indignados úteis e seus pitblogs, que reproduzem com satisfação o comercial em suas páginas. Num terceiro momento, quem sabe, o carro vem associado à defesa da liberdade de expressão. Mas é apenas um carro.

O que me diverte é que os antiLula estão fazendo propaganda de carro, quando pensam que estão atacando o governo. E com que alegria eles são manipulados!

Comigo não, violão.

Para quem tem preguiça de navegar, aqui vai a definição de marketing viral da Wikipedia:

O marketing viral e a publicidade viral referem-se a técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir aumentos exponenciais em conhecimento de marca, com processos similares a extensão de uma epidemia. A definição de marketing viral foi cunhada originalmente para descrever a prática de vários serviços livres de email de adicionar sua publicidade ao email que sai de seus usuários. O que se assume é que se tal anúncio alcança um usuário "susceptível", esse usuário "será infectado" (ou seja, se ativará uma conta) e pode então seguir infectando a outros usuários susceptíveis. Enquanto cada usuário infectado envia o email a mais de um usuário susceptível por média (ou seja, a taxa reprodutiva básica é maior que um), Os resultados "standard" em epidemiologia implicam que o número de usuários infectados crescerá segundo uma curva logística, cujo segmento inicial é exponencial.

De forma mais geral, o marketing viral se utiliza às vezes para descrever algumas classes de campanhas de marketing baseadas na internet, incluindo o uso de weblogs, de sites aparentemente amadores, e de outras formas de astroturfing (termo utilizado para designar ações políticas ou publicitárias que tentam criar a impressão de que são movimentos espontâneos e populares) para criar o rumor de um novo produto ou serviço. O termo "publicidade viral" se refere à idéia que as pessoas passarão e compartilharão conteúdos divertidos. Esta técnica muitas vezes está patrocinada por uma marca, que busca construir conhecimento de um produto ou serviço. Os anúncios virais tomam muitas vezes a forma de divertidos videoclipes ou jogos Flash interativos, imagens, e inclusive textos.

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