Depois da entrevista ao canal Fox, republicanos pediram a cabeça do professor Barret


Logo após essa entrevista, o curso que o professor Barret daria na Universidade foi cancelado. Uma carta de um deputado republicano Steve Nass, assinada por 61 de 133 legisladores (todos republicanos menos um), ao governador e aos diretores da Universidade pediu o cancelamento do contrato de Barrett. Nass advertiu que ou cortavam o curso ou os legisladores que assinaram a carta cortariam os fundos públicos da Universidade.


Barret se defendeu – e a seu curso - em carta ao New York Times:

“Num curso de introdução ao Islã é completamente apropriado dedicar uma semana ao questionamento da estrutura, a história e a influência da guerra ‘contra o terror’, tal como as percebem os muçulmanos e os que não são muçulmanos. O fato de que entre 60% (segundo pesquisa Pew, de maio de 2006) e 89% (segundo o canal Al-Jazeera, outubro de 2003) de muçulmanos e telespectadores de Al-Jazeera pensarem que a teoria dos 19 ‘seqüestradores árabes’ é uma mentira, me parece interessante e penso que merece investigação e análises críticas. Do mesmo modo, o fato de que 42% dos americanos crê que o Relatório da Comissão sobre o 11 de Setembro é uma farsa (segundo pesquisa Zogby, de maio de 2006) e que metade dos nova-iorquinos pensa que altos servidores públicos do governo cometeram traição e conspiração para matar em massa em 11 de setembro de 2001 (Zogby, agosto de 2004) é algo que merece uma análise crítica, tanto no New York Times como nos círculos acadêmicos. Já que há uma boa quantidade de críticos do Relatório da Comissão, que parecem ter argumentos razoáveis e citam provas que não se podem descartar às pressas, é imprescindível estudar suas afirmações à luz do exame crítico”.
Barrett também recebeu ameaças da Fox. Em seu programa, O’Reilly (um dos entrevistadores aí do vídeo) criticou os diretores da Universidade de Wisconsin, onde lecionava Barret. Disse que se fosse em sua Universidade, ele “estaria boiando no rio Charles, rumo ao porto”.

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