Juiz estende proibição a Requião e reinstaura censura no país

Como já informei aqui, na semana passada o desembargador federal Edgard Antônio Lippmann Júnior proibiu o governador do Paraná, Roberto Requião, de usar os meios de comunicação estatais para promoção pessoal, ofensa à imprensa, a adversários políticos e instituições. Esses podem continuar sentando o pau no governador à vontade.

Já era um absurdo, porque a censura foi enterrada junto com a ditadura, na Constituição de 1988. Mas o juiz Lippmann achou pouco e foi além: agora à noite vem a informação de que ele proibiu a apresentação do programa "Escola de Governo" (onde o governador emitia suas opiniões) em outras emissoras de televisão que não a TV Paraná Educativa, do governo estadual.

Ou seja: Requião só pode falar na TV Educativa do Paraná. E, nela, ele não pode opinar.

É um absurdo total. Vamos ver como a “grande imprensa” vai tratar do assunto. Será que vão dizer que é um atentado ao estado de direito, à democracia e à liberdade de imprensa?

Requião cortou a zero verba de comunicação no Paraná

Aposto que não. Sabe por quê? Eles querem mais é que Requião fique quietinho. Ou melhor: querem que ele pague pra falar. Simplesmente, porque Requião acabou com toda a verba de comunicação do Paraná. Zero. Como ele declarou em entrevista ao Paulo Henrique Amorim:

(...) o Governo que me antecedeu, que é o Governo do Jaime Lerner, gastou em dois períodos que ele se elegeu o equivalente hoje a R$ 1,5 bilhão. E eu resolvi no ano passado reduzir a zero a despesa de comunicação, porque eles estavam tão sôfregos para fazer voltar a generosidade estatal na mídia, que não tinha dinheiro razoável que pudesse contentá-los. Então, como eles me pressionavam para pagar além do que o Estado podia, eu resolvi liquidar de uma vez por todas a verba de comunicação, estabelecendo um exemplo para o país e me comunicar com a população através da Paraná Educativa e duas rádios que nós temos, uma AM e outra FM. Daí eu passei a ser o objeto do ódio dessa gente toda.

Quando se vê o silêncio da mídia corporativa sobre a absurda censura ao governador Requião é que se entende o verdadeiro sentido da expressão: o silêncio é de ouro.

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