Globo e Miriam Leitão querem que energia custe três vezes mais caro no interior (completo)

Artigo escrito especialmente para o Blog do Mello por um especialista em energia, que não quer se identificar.

Todo mundo sabe que a Miriam Leitão entende de tudo: economia, transportes, política, saneamento, escândalos com amantes de políticos, nada escapa à sabedoria e à "lógica cristalina" dessa jornalista fabulosa, que tem a exclusividade de fazer comentários nos jornais, rádios e TVs do grupo Globo.

Quando um assunto é meio cabeludo, como “energia”, ela arruma uns "especialistas", que geralmente são funcionários de empresas multinacionais e consultorias especializadas em privatização.

Os “pareceres” de Dona Miriam Leitão sobre qualquer assunto guardam entre si uma coisa em comum: todos dizem que o Lula está errado ou não previu alguma coisa a respeito do assunto antes. Mesmo que seja antes de 2002.

Nesse artigo de hoje sobre a forma como o Brasil consegue fornecer energia para as regiões isoladas, a Dona Leitão insurge-se contra a CCC, conta de combustíveis fósseis, criado em 1994 pelo então presidente FHC, que todos sabemos é o ídolo da nossa "sabe-tudo".

O curioso é que só agora, quando o Lula é o presidente, é que a Dona Leitão descobriu a "injustiça do CCC" e quer acabar com ela.

Ela faz igualzinho ao que os tucanos fizeram como a CPMF, que era “boa, indispensável, justa e necessária” enquanto os tucanos punham a mão nela, mas virou um "câncer" quando o Lula é que a destinava aos programas sociais e à sobrevivência dos hospitais.

Ela agora vê um “apagão na lógica” porque na região norte do Brasil ainda se usa óleo diesel nos geradores de energia. E vem com uma solução milagrosa, óbvia, que o governo federal não estaria enxergando, mas só ela, a "poderosa Madame Leitão", está vendo: "usar energias renováveis na região Norte”. Ora vejam! Como não pensamos nisso antes?

Viram só? A solução estava ali, esperando ser descoberta e todos os técnicos e empresas estavam desatentos, apenas preocupados com seus cartões corporativos, não tinham atinado para essa solução milagrosa...

Só mesmo a Dona Leitão, com sua astúcia e capacidade suprema poderia nos trazer a solução...

Ah, que sorte nossa, possuirmos uma compatriota assim tão brilhante e inteligente! Nem os americanos descobriram formas de levar energia aos países que ocupam e dominam nos cinco continentes, mas a Dona Leitão descobriu!

Então vamos lá, desmentir mais essa impostura, criada pela Miriam Global Leitão, jornalista que recebe grana para aborrecer todos os dias os brasileiros com sua voz anasalada, sua cantilena agourenta e de cheia de pessimismo.

As dimensões do Brasil fazem nossos problemas serem gigantescos. De sul a norte o Brasil tem 4320 km. A mesma distância de Lisboa a Atenas na Grécia. O Brasil é maior do que toda a Europa Ocidental. Até 1808 não tínhamos nem imprensa. Até 1888, um terço de nossa população era escrava. Os fazendeiros e nobres, donos de escravos, durante séculos impediram o crescimento e o desenvolvimento do país. Não queriam o crescimento, pois isso poderia acabar com seus privilégios, entre eles o da escravatura. O Brasil era apenas uma estreita franja de cidades no litoral. Só com a criação de Brasília o Brasil descobriu o Brasil. Se não fosse Brasília, não existiriam Rondônia, Mato Grosso, Acre, Tocantins, Goiás e nem mesmo muitas áreas do interior de São Paulo e Minas. Muita gente foi contra a construção de Brasília, entre eles o jornal o GLOBO, que tentou várias vezes derrubar o presidente eleito, Juscelino Kubitschek como derrubou João Goulart. JK é odiado pela mídia tal como Lula, pois teve a ousadia de cumprir a constituição e construir uma nova capital em três anos, elevando a auto-estima dos brasileiros, contra toda a campanha de difamação, pessimismo e anti-patriotismo movida pela mídia.

Acontece que um país com o tamanho da Europa Ocidental não se constrói do dia para a noite. Levar energia a todos os estados brasileiros foi outra façanha de JK, que criou Furnas, CHESF e outras grandes empresas estatais que construíram nossas hidroelétricas. Mas as enormes distâncias, que são uma vantagem de nosso imenso Brasil, atrapalham muito a construção de obras de infra-estrutura. Estradas, pontes, linhas de transmissão, hospitais, escolas, tudo isso é muito difícil de construir naquelas condições. Mesmo assim muito esforço foi feito e hoje o Brasil pode se orgulhar de possuir o maior sistema interligado de energia do mundo. Restaram no entanto 2500 pequenos sistemas isolados, que levam energia aos milhões de brasileiros que teimosamente, dia e noite, constroem o Brasil do interior, mantendo-o brasileiro, pois que senão são eles lá, aquilo já estava nas mãos dos gringos há muito tempo....Aquele é um Brasil que progride a passos largos, construído por pioneiros e pessoas de todas as raças que levam progresso e bem estar a regiões isoladas de tudo e de todos.E onde, por isso mesmo , até hoje o ministério do trabalho encontra gente pobre vivendo como escrava de gente rica.Para desespero aliás de muitos senadores do DEM, como Kátia Abreu, porta-voz e defensoras dos modernos escravocratas do Pará e do Tocantins.

Pois bem. Esses brasileiros que moram nessas regiões, onde não existem estradas mas só enormes rios e pantanais e florestas precisam de energia para viver, para produzir e conservar leite, ovos, carne ,madeira, soja, milho e todo tipo de riquezas. Seus filhos precisam de luz elétrica para estudar à noite, para terem segurança, para terem água potável, fazer sua higiene, etc.

Então, para que todos esses milhões de brasileiros tivessem energia, os vários governos municipais, estaduais e federais foram instalando grupos diesel durante os últimos sessenta , cinqüenta anos, pois não havia forma de manter um mínimo de condições de sobrevivência sem eles.

O diesel era um combustível barato até quando o Bush resolveu atacar os países árabes para aumentar as reservas de petróleo sob o controle da sua família, que é do ramo petroleiro, à custa é lógico de centenas de milhares de mortos civis e de jovens norte-americanos ( a maioria negros e latinos, é verdade).

Por uma questão de isonomia no tratamento de cidadãos, não importa em que lugar eles se encontrem, o governo federal , no tempo de FHC criou a CCC, que é cobrada de todos os demais consumidores que moram dentro da área atendida pelo sistema interligado, e que banca a diferença entre o custo da energia entre essa região e as regiões atendidas pelos 2500 sistemas isolados.

E é esse subsidio à energia nas regiões do interior, que faz com que as famílias e industrias paguem quase o mesmo valor que nós aqui na cidade que a Globo, através da Miriam, a entendida em tudo, quer acabar, sem criar nenhuma forma de financiamento em seu lugar. Tal como fizeram com a CPMF lembram? Só para criar dificuldades ao povo e ao governo, para favorecer eleitoralmente aos seus aliados tucanos.

Ela quer que se acabe com a CCC e que os brasileiros que moram em regiões isoladas paguem integralmente e sozinhos pelo diesel usado para produzir energia elétrica que consumirem, apesar de não terem culpa de os governos anteriores não terem construído redes por dentro da floresta para levar energia a todo o Brasil.

Como descoberta salvadora, nossa “iluminada” colunista-sabe-tudo vem com essa de energia solar, que custa pelo menos dez vezes mais para ser produzida que o diesel, mas cuja tecnologia é dominada pela British Petroleum, dona da Shell e de muitas empresas que pagam verbas a jornalistas mercenários através da Fundação Ford, a pedido da CIA.

Simples assim. Prestação de serviços de publicidade disfarçados de “artigos de economia”. Básico.

Agora, é preciso que os planos de Dona Leitoa e da GLOBO para acabar com a CCC e triplicar o preço da energia nos estados do Norte e do Centro-Oeste sejam bastante divulgados entre as populações dessas regiões para que o povo possa dar o troco que eles merecem: zero de audiência na TV e zero votos nas eleições de 2008 aos seus candidatos do DEM e do PSDB.

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