Por que vou votar em Eduardo Paes, 15

Ainda este ano, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), surpreendeu o mundo político lançando uma chapa para a prefeitura do Rio encabeçada por Alexandre Molon, do PT, tendo como vice o chefe da Casa Civil e homem de confiança do governador, Régis Fichtner. A coligação não foi adiante (comentei sobre os motivos aqui).

Todos os principais partidos que apóiam e participam do governo Lula estão apoiando a candidatura de Eduardo Paes.

Ao lado de Fernando Gabeira estão os principais partidos de oposição ao governo Lula. Além de César Maia.

Logo, meu voto só pode ser no 15, Eduardo Paes.

Muitos dos que afirmam que vão votar no Gabeira dizem que ele seria um político diferente. Não vejo tanta diferença assim entre Gabeira e os demais políticos.

Gabeira deixou (e cultivou) que se criasse em torno de seu nome a imagem romântica do ex-guerrilheiro que foi para o exílio e voltou com a cabeça arejada pela nova onda da ecologia.

Gabeira teria pegado em armas contra a ditadura, participado ativamente do seqüestro do embaixador americano e era o mítico autor da tão famosa carta do seqüestro.

Depois descobriu-se que a história não era bem essa, a participação de Gabeira no seqüestro foi episódica, nem a tal carta fora escrita por ele, mas pelo atual comandante da Secretaria de Comunicação de Lula, jornalista Franklin Martins. Ou seja, G abeira foi uma espécie de Sassá Mutema da guerrilha.

Quando lhe perguntaram por que aceitara durante tanto tempo passar-se por autor da carta, Gabeira respondeu apenas que nunca disse que não a havia escrito simplesmente porque nunca lhe perguntaram...

Agora, o Sassá Mutema foi flagrado pedindo a bênção ao Clube Militar do Rio de Janeiro, último reduto de todos os defensores da ditadura, traindo a memória de todos aqueles que foram torturados e assassinados durante o regime militar.

Falam do episódio de Gabeira com o Severino, sem citar que o próprio Gabeira muito provavelmente votou no Severino para presidente da Câmara – e todos sabiam de quem se tratava Severino Cavalcanti já naquele momento do voto.

Gabeira criticou também aquilo que tem sido chamado pela mídia corporativa de bolsa ditadura. Quando seu atual aliado César Maia flagrou-o em contradição, acusando-o de haver entrado com um pedido para que os anos de exílio contassem para sua aposentadoria, Gabeira voltou atrás, disse que havia se esquecido do tal pedido e que o retiraria.

Mas, ainda que Gabeira tivesse todas as qualidades pessoais que lhe são atribuídas, não votaria nele, porque permanece bem viva na minha memória a lembrança de um outro candidato, vendido como um político diferente dos demais, que iria acabar com aquela velha política do compadrio, das troquinhas de favor, um político novo, que denunciava os corruptos e os marajás...

Preciso citar o nome dele e como acabou seu governo?

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