Belinha dos Jardins comenta aniversários do golpe e deste blog

Belinha dos Jardins

Hoje este blog comemora seu quarto aniversário. Por isso, saímos para passear os dois, enquanto aguardávamos a colaboração de Belinha dos Jardins, que só chegou agora.

Aos leitores, grato pela companhia. É bastante gente, bem mais do que imaginei, quando escrevia para no máximo 50 leitores por semana. Hoje, 900 pessoas recebem o blog diariamente por e-mail. Um número maior em seus leitores de feeds. E mais os que aqui veem diariamente, às vezes mais de uma vez. Mesmo tendo eu ficado quase seis meses no ano passado sem publicar nada.

Gostaria de ter mais tempo para me dedicar ao blog, implantar muita coisa que sonho e ainda não pude realizar. Mas, chego lá...

Vamos à contribuição de Belinha dos Jardins:

Prezado Mello,

Já contei para seus leitores minha participação ativa e passiva (mais esta que aquela) em favor da revolução de 1964, inclusive na campanha “Doe ouro pelo bem do Brasil”, quando doei meu anel a um jovem militar muito ativo – o que muito me doeu.

Hoje, quando são comemorados os 45 anos daquela revolução, gostaria de dar meu depoimento, em benefício de seus leitores, corrompidos por suas ideias esquerdistas.

Aqueles eram tempos de sublevação. Camponeses nordestinos queriam fazer uma reforma agrária no país, para transformar nosso Brasil numa imensa plantação de mandioca, que é o que lhes apraz.

Índios, dados a beberagens, ao adestramento de cavalos malhados, ao esporte de atirar flechas nas caravanas de John Wayne e a se comunicar por sinais de fumaça, também queriam comandar o país. Assim como marujos, que jamais haviam tido o prazer – como várias vezes aconteceu comigo – de cear à mesa do capitão.

Essa é a verdade. O resto é filosofia. E não vou entrar em discussões de fundo filosófico, porque elas sempre me pareceram enfadonhas. Quando ouço falar nos sábios Platão, Aristóteles, Sócrates, todos barbados, o que me vem à cabeça é que não devia ser uma boa época para barbeiros e cabeleireiros arrumarem empregos.

Além da dificuldade de trabalho, deviam penar com a falta de ouvintes para suas opiniões. São pessoas absolutamente convictas de sua sabedoria. Aliás, é uma pena que todas as pessoas que sabem como governar o país estejam ocupadas dirigindo táxis ou cortando cabelo.

Veja, por exemplo, o governador Serra. Também não dá trabalho aos cabeleireiros (por motivos opostos aos dos filósofos) e não me parece disposto a lhes dar ouvidos. Pena. Talvez uma peruca, um interlace, emprestasse um ar mais sociável à sua figura de mordomo de filme de terror. Sempre que ele aparece temo que algo de ruim venha a acontecer.

Mas, volto ao que dizia, porque estou muito prolixa, talvez incentivada por generosas doses de calvados que dividi com uma amiga. A revolução colocou ordem no país, coisa que o governo do seu presidente barbudo (assumo minha "intolerance" com relação aos homens de barba) está desfazendo.

Portanto, no dia de hoje há o que comemorar, e o fiz. Inclusive o quarto aniversário de seu blog - de que você não me deixou esquecer - que agora aprecio, graças à minha esporádica colaboração.

Confesso a você e aos leitores que, se necessária se fizer mais uma vez minha colaboração para o bem do Brasil, doarei novamente meu anel a um jovem idealista que entenda a profundez de meu gesto.

Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail

imagem RSSimagem e-mail