Diretor-geral da PF suspende Protógenes por 90 dias. E as torturas?

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, foi quem determinou o afastamento por 90 dias do delegado Protógenes. Segundo informação de Jailton de Carvalho em O Globo, a decisão foi tomada na quarta-feira passada:

No despacho, Corrêa cita o artigo 43 da lei 6878/65, o Estatuto da PF, que proíbe a participação de policiais em atividades político-partidárias.

Vem cá, Corrêa, e tortura, pode?

Porque até hoje não ficou explicada a participação do diretor-geral da PF em dois episódios: um, a denúncia de tortura praticada por ele contra a empregada doméstica Ivone da Cruz, denunciada em reportagem de Leandro Fortes; e a denúncia, também de tortura, que teria sido praticada pelo mesmíssimo Luiz Fernando Corrêa contra o deputado José Edmar (PR-DF):

- Luiz Fernando é um torturador, disse, digo, e reafirmo, e tenho como provar - afirmou José Edmar. [leia íntegra aqui, no Vi o Mundo]

Fica no mínimo estranho o mesmo delegado acusado de tocar o terror numa empregada doméstica (que ficou cega por causa das torturas) e num deputado federal suspender Protógenes por supostamente tocar atabaque no Psol.

É, simplesmente, Dantesco.

ATUALIZAÇÃO às 17h30: Comentarista, que preferiu postar como Anônimo, acrescenta a seguinte informação à postagem:

Mello, Corrêa é acusado de tortura, mas praticou um ilícito incontestável, que ele mesmo reconheceu: investigou - utilizando-se da estrutura da PF - um crime de competência da Polícia Civil, apenas por interesse pessoal, pois a vítima era parente de sua esposa.

Lei 8.112:
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
...
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
...
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
...
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
O Blog do Mello quer saber: Por que ainda não foi demitido o diretor-geral da PF, se é réu confesso?

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