Terrorismo midiático pode estar com os dias contados

Vem aí a Conferência Nacional de Comunicação. É em dezembro. E os jornalões, a mídia corporativa em geral está assanhadíssima, morrendo de medo do que pode sair dali.

E os ventos não estão realmente nada bons para o lado deles. Os barões da mídia sabem que dessa vez eles correm risco, porque há uma comunicação alternativa na internet bastante ativa e que trabalha para que a comunicação seja cada vez mais democrática e plural.

Agora mesmo, aqui ao lado, na Argentina, a presidenta Cristina Kirchner apresentou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisuais, que está deixando o grupo Clarin (grosso modo, as Organizações Globo de lá) de cabelo em pé. (Leia excelente postagem do Idelber sobre o assunto).

Por isso, a guerra já começou por aqui, e o alvo é simplesmente o ministro da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins, como bem observou Leandro Fortes, em artigo publicado na Carta Capital:

O elevado grau de sabujismo de repórteres brasileiros, hoje, na imprensa brasileira, me preocupa como jornalista e como professor de jornalismo. Não se trata, devo esclarecer, de uma crítica pontual a fulano ou a sicrano, mas de um fenômeno a ser considerado, estudado e definido como objeto de avaliação acadêmica e profissional, aí incluídas as participações dos sindicatos, da Fenaj e da ABI. Escudados pela desculpa da sobrevivência pura e simples, os repórteres estão indo às ruas com pouca ou nenhuma preocupação em relação à verdade factual, adestrados que estão por uma turma barra pesada que tem feito da atividade jornalística um exercício de servilismo muito bem remunerado, é claro.

As precoces reações corporativas, apoiadas incondicionalmente pelos suspeitos de sempre, contra a anunciada Conferência Nacional de Comunicação, são só um prenúncio da guerra que se anuncia toda vez que a sociedade reclama pela democratização da mídia e o pleno acesso à informação no Brasil. O primeiro movimento da reação já foi dado e é bem conhecido: a desqualificação dos protagonistas, como o que começou a ser feito em relação ao jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O passo seguinte será o de tentar passar para a sociedade a impressão de que os fundamentos da conferência ferem o sagrado direito de liberdade de imprensa e de expressão. E sabem quais são esses fundamentos? O controle social sobre a baixaria da TV, fiscalização severa sobre as concessões de telecomunicações e o fim das propriedades cruzadas no setor, o que irá asfixiar os oligopólios midiáticos que controlam jornais, rádios, portais de internet e emissoras de televisão. Oligopólios econômicos e políticos que estão na origem da degradação política brasileira, da ignorância e da miséria social da maior parte da população. [leia o artigo completo de Leandro Fortes, “Sobre jornalistas e sabujos”, aqui]

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