Maiores responsáveis por enchentes agora se preparam para lucrar com elas

Governadores e prefeitos, como sempre, acusam-se. É a regra. Ou foi o governo anterior. Ou o prefeito. Nenhum deles tem culpa de nada. Se não apontam alguém de carne e osso, culpam os céus. Foi São Pedro. Ou a chuva.

Mas, não importa. Todos sabemos quem são os culpados. Eles apenas aparecem na TV para cumprir a parte que lhes cabe no jogo: dizer que farão o que já deveriam ter feito.

Mas, no fundo, no fundo, eles sorriem satisfeitos. As verbas chegam como as chuvas, torrenciais, abundantes. Um bi para SP, outro tanto para o RJ.

Alegando o caráter emergencial, contratarão empreiteiras, estudos de solo junto a ONGs amigas, tudo superfaturado, pois não há tempo para licitação.

Depois, o que é desviado vai para suas contas no exterior, fazer caixa para futuras campanhas, outro tanto para pagar páginas inteiras nos jornais e anúncios na TV, mostrando que o governo do estado ou a prefeitura tal estão trabalhando pelo povo. E as reportagens somem das primeiras páginas. Não geram mais chamadas nos telejornais.

Até o ano que vem.

No ano passado, o morro do Bumba, em Niterói, construído sobre um lixão, desabou, matando dezenas de pessoas. A situação hoje, segundo o Jornal do Brasil, é a seguinte:

No Morro do Bumba, em Niterói, onde, em abril do ano passado, 48 pessoas morreram depois de que a comunidade, erguida no terreno onde funcionava um lixão foi devastada por um deslizamento de terra, a situação dos desabrigados ainda é crítica.

– Quem não perdeu sua casa no deslizamento, como meu filho, voltou para o morro. Os abrigos são insalubres, o aluguel social não é pago, e a indenização prometida pelas casas ameaçadas ainda não foi vista. Não há outra solução – disse a presidente da associação de Moradores do Bumba, Norma Sueli Pacheco.

O presidente da Associação das Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Ferreira, acusou a prefeitura de Niterói.

– Os moradores do Bumba levados para a antiga sede do 4º G-CAM estão sem luz. O descaso é absurdo. O município diz que faz, mas, sequer nos recebe para conversar. Dos quase 11 mil que têm direito ao aluguel social, menos de um terço tem recebido.

Alvo de acusações, a prefeitura de Niterói não respondeu ao Jornal do Brasil .

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