Atentado ao blogueiro Ricardo Gama - Se a polícia quer saber quem é o autor deve começar investigação dentro de casa

O blogueiro Ricardo Gama foi alvo de um atentado na manhã de quarta-feira. Foram disparados quatro tiros por um homem que estava num Ford Ka prateado. Três tiros atingiram o blogueiro: um na cabeça, outro no pescoço e o terceiro no tórax. Ricardo foi operado na noite de quarta-feira, não corre risco de morte, mas deve permanecer sedado pelo menos até amanhã, segundo os médicos.

A polícia ainda não tem pista alguma sobre o autor dos disparos. Testemunhas afirmam que ele chamou Ricardo pelo nome e este, quando se virou para ver quem o chamava, foi atingido pelos tiros. Ao cair, sempre segundo testemunhas, Ricardo teria repetido algumas vezes "queima de arquivo, queima de arquivo". Em seu blog, o blogueiro já denunciara ameaças que vinha recebendo. Portanto, a polícia deve começar as investigações por aí.

Em postagem de 13 de fevereiro, Ricardo Gama escreveu:

E digo mais, não adianta me ameaçar, claro que fico assustado, e preocupado, não tenho peito de aço, mas já fui a Delegacia de Polícia e fiz a devida representação por uma questão de segurança, mais tarde aqui no blog falarei sobre esse assunto.

Realmente, ainda no mesmo dia 13, ele fez nova postagem com a denúncia, agora dando nome aos bois: Suposto policial me ameaça por causa de postagens sobre o Delegado Carlos Oliveira. Só que o streaming do Twitcam não está funcionando. Mas, quando acordar, Ricardo pode contar o que continha e talvez mostre até o conteúdo, que ele provavelmente copiou, por segurança.

O delegado Carlos Oliveira citado no título da postagem era braço direito do delegado Alan Turnowski, na época chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ambos foram apanhados pela Operação Guilhotina da Polícia Federal, que provocou verdadeiro pandemônio na Secretaria de Segurança Pública do Estado e era tema obsessivo das postagens de Ricardo Gama. Carvalho está preso e Turnowski foi afastado.

Ricardo nunca se conformou com o fim da Operação Guilhotina, especialmente da maneira com que foi feito: o superintendente da PF enviado para Roma, o delegado da PF transferido para o Maranhão e o caso passando para as mãos da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que não participara da Operação Guilhotina exatamente por ser alvo dela.

As críticas do blogueiro sobre o fim da Operação podem ser conferidas em vídeos postados por ele aqui, aqui, aqui e aqui.

Ricardo Gama tivera seu carro atingido por balas anteriormente. Há pouco tempo teve um bate-boca com um policial da Delegacia de Copacabana, por causa do registro de uma ocorrência que o delegado se recusou a fazer. Nome do delegado: Bruno Giladerte, o mesmo que investiga agora o atentado.

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