Denúncia grave: Coronel PM diz que governo do Rio pode ter armado arapuca para jogar população contra bombeiros



Em entrevista a um telejornal local do SBT, o coronel PM Paulo Ricardo Paúl, ex-corregedor interno da PM, levanta a suspeita de que o governo do Rio teria armado uma arapuca para os bombeiros, incentivando-os (ou, no mínimo, fazendo corpo mole) à invasão do Quartel Central da Corporação. Com isso, pretendia vender a imagem dos bombeiros como um grupo de radicais, covardes, irresponsáveis e vândalos.

Essa informação soma-se a uma outra anterior, publicada pela Folha no dia 7, terça-feira. Uma nota perdida, espremida entre duas notícias que não tinham nada a ver com ela, que informava que um cabo infiltrado pela Secretaria de Segurança na manifestação acabou preso:


Como já escrevi aqui, Sérgio Cabral bota a PM em cima dos bombeiros. E quando chegar a vez da PM, governador, vai chamar quem?, o movimento dos bombeiros corria paralelo a outro dos PMs, com reivindicações semelhantes e recebendo a mesma falta de atenção do governo, que se recusava a negociar e sempre tentou desqualificar os movimentos como de uma meia dúzia atiçada por motivações políticas.

Se a "arapuca" desse certo, Sérgio Cabral conseguiria jogar tropa contra tropa e desmoralizar os dois movimentos numa mesma jogada.

O movimento dos PMs não vem de hoje. O coronel Paúl, autor da denúncia ao SBT, é um dos fundadores do Grupo dos Barbonos, oficiais de alta patente da PM que no início de 2007 (nos primeiros meses do primeiro ano do primeiro mandato de Sérgio Cabral) criaram o movimento para reivindicar melhorias salariais, melhores condições de trabalho e um limite de carga horária para os PMs.

Cabral afastou todos os oficiais. E vem ignorando nesses anos todos as reivindicações de PMs e bombeiros. Agora não pode ignorar mais. Por isso pode ter armado a arapuca, como suspeita o coronel.

Se o fez, o tiro saiu pela culatra, o apoio da população aos bombeiros cresce dia a dia, enquanto, proporcionalmente, aumentam as críticas ao governador.