Meu Botafogo caiu de quatro. Mas de cabeça erguida. E a importância do talento

Tu és o Glorioso Botafogo
O futebol é um esporte coletivo. Isso é um truísmo. Mas quando os dois times praticam o tal futebol coletivo, quem faz a diferença é o talento individual do jogador.

Foi aí que o Fluminense levou vantagem e enfiou quatro no Botafogo ontem. Poderia ter feito o quinto, se Sóbis - autor de dois gols - não perdesse um outro cara a cara com Jeferson.

No coletivo, o jogo estava pau a pau, e o Botafogo chegou a sair na frente, com um gol espírita de Renato. Deu tudo certo para o Botafogo e errado para o Fluminense no lance: o chute saiu meio espirrado, mas passou por entre as pernas do zagueiro tricolor e entrou no pé da trave.

A partir daí o talento de Fred e Deco - especialmente desse - fez a diferença. Passes precisos e definitivos de Deco. Golaço de bicicleta de Fred e um passe precioso para um gol (ou para o gol que Sóbis perdeu? - não verifiquei porque sofrer duas vezes é demais). Tiago Neves, que não vinha jogando nada, desencantou contra o Botafogo, embora muito longe dos dois destaques do Flu.

No Botafogo, a se louvar o futebol coletivo, a garra, o espírito esportivo (sem porrada, perdeu jogando limpo). Mas ficou evidente que falta ao Botafogo o talento, aquele jogador - de preferência dois deles pelo menos - que faça a diferença.

Mas, domingo que vem tem mais. O Botafogo só precisa vencer com três gols de diferença para levar para os pênaltis. Ou com quatro gols para ser campeão de vez.

Impossível? Pergunte a um torcedor das antigas qual foi a maior goleada numa final de Campeonato Carioca: 1957, Botafogo goleou o Fluminense por 6 a 2. Quatro gols de diferença.

Quem sabe o Anjo das pernas tortas não inspira o Botafogo? Afinal, não dizem que há coisas que só acontecem com o Botafogo?