Genoíno não tem que pagar nada, e militância não tem que fazer vaquinha: PT é que tem que deixar de ser boi




O companheiro José Genoíno, além das arbitrariedades que o Simão Bacamarte Barbosa lhe impôs, foi condenado ontem a pagar quase R$ 500 mil em 10 dias (agora nove) pelo mesmo julgamento arbitrário e ilegal.

Ele não tem que pagar nada. Primeiro, porque o julgamento foi uma farsa. Segundo, porque é o primeiro caso de corrupto duro, sem dinheiro. Daniel Dantas, por exemplo, foi condenado a 10 anos e continua solto.

Já citei algumas vezes aqui no blog uma sentença do poeta e compositor Torquato Neto que diz: Leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar primeiro é o homem, mesmo que seja o boi.

Isto se aplica ao Genoíno. Vejo que militantes estão fazendo uma vaquinha para pagar a absurda quantia. Mas isso só valida a sentença ilegal. Não tem que pagar porra nenhuma. O PT (não o governo, que é o PT mais aliados) tem que se insurgir contra mais essa arbitrariedade.

Mas, infelizmente, até com apoio do Lula, o partido é comandado por um traíra, que jogou a candidatura de Dilma às feras, entregando à Veja um material que denunciava uma suposta espionagem da campanha sobre José Serra (logo Serra, o rei do jogo sujo dos bastidores...), sob comando do jornalista Amaury Jr. Na justiça, ficou comprovado que Falcão e Palocci agiram "com o propósito de derrubar Fernando Pimentel e Luiz Lanzeta do comando da campanha da então candidata à presidência da República, Dilma Rousseff".

O PT é que tem que reagir. E, se não reage, tem que ser cobrado de seu presidente por que não o faz.

Deputados e senadores do partido têm que botar a boca no trombone (berrar, na sentença de Torquato), no Brasil e no exterior, e denunciar as arbitrariedades a que estão sujeitas lideranças do PT.

Enquanto isso, Roberto Jefferson, que enfiou assumidamente R$ 4 milhões em um buraco escuro, úmido e não sabido, continua livre, leve e solto, inclusive de férias de seu blog (Enquanto Dirceu e Genoíno penam na Papuda, Roberto Jefferson, único réu confesso da AP 470, tira férias de seu blog).


Madame Flaubert, de Antonio Mello