Na Venezuela, oposição cria plebiscito fake paralelo, declara vitória, mas queima os votos impedindo checagem


Determinada a derrubar o presidente eleito democraticamente nas urnas, Nicolas Maduro, a oposição venezuelana inventou um plebiscito paralelo, sem fiscalização alguma, com os votos escritos em folhas de papel A4 e depositados em "urnas" feitas de embalagens de sabão ou até enlatados.

Ao final, decretaram vitória. Segundo eles, 98,4% dos votantes disseram não querer uma assembleia constituinte e, logo, uma nova Constituição na Venezuela.

Só que, em seguida à proclamação dos resultados, informaram que os mesmos não poderiam ser auditados porque os votos foram queimados, "para preservar a identidade dos votantes de possíveis represálias do governo", segundo disseram.

Já a votação para valer será dia 30 de julho próximo, onde o povo venezuelano é chamado para a eleição da Assembleia Constituinte, convocada pelo governo.

Neste domingo, houve simulação da votação no país:




Jornalistas Livres percorreram a fila formada diante do Liceu Andrés Bello, no centro de Caracas. Trata-se de colégio icônico, um dos primeiros do país, e representa o sonho republicano de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos. Lá, diante de um gigantesco e lindo mural retratando a luta popular desde os tempos da colônia, uma fila animadíssima de cidadãos pobres e orgulhosos explicava porque participavam da simulação eleitoral convocada por Maduro.
A simulação foi organizada pelo Conselho Nacional Eleitoral, o CNE, que tem na Venezuela autoridade equivalente à do nosso Tribunal Superior Eleitoral. Tudo computadorizado, como acontece no Brasil, mas no final o eleitor retira seu voto e o deposita numa urna física, de modo a ser possível fazer recontagens de votos, em caso de suspeita de fraude.
Para Maduro, a Constituinte é a única possibilidade de levar paz ao país, porque criaria uma instância de poder para decidir os rumos do Estado venezuelano. Hoje, vive-se lá uma grave crise econômica, social e política decorrente da corrupção, da sabotagem econômica e do uso de táticas terroristas pelos que pretendem reimplantar um modelo neoliberal e privatista. As vitrines da loja de Departamentos Traki, no centro da cidade, por exemplo, exibem latas de conservas e embalagens de artigos de higiene e limpeza em arranjos caprichosos, como se joias fossem. Nas farmácias faltam medicamentos e não se sabe quando eles estarão à disposição.
Para o chavismo, a Constituinte é a forma de resolver esses problemas da vida cotidiana, além de resgatar para o espaço da discussão política setores hoje descontentes com a adoção de táticas violentas por parte da oposição. Pacificar o país, que já conta mais de 112 mortos em conflitos e atentados de matriz terrorista, é um dos objetivos. É nisso que acreditam os partidários do governo que foram às urnas neste domingo para treinar o voto. Dia 30 de julho, o voto será para valer.
Para quem achava que o jogo estava em vias de terminar na Venezuela, a professora universitária Nilze Almendraz, 62 anos, vestida com camiseta negra em que se vê o rosto imenso de Simon Bolívar, garante: “Estamos apenas começando! E estamos dispostos dar nossas vidas para defender o sonho de nosso comandante máximo, Hugo Chávez. Porque é o nosso sonho também. ”[ Fonte: Laura Capriglione, Jornalistas Livres, onde você pode ler também sobre como foi a "votação" da oposição]


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