Facebook abre novo centro de censura na Alemanha. Já são mil os censores por lá


O Facebook anunciou quarta-feira que vai abrir um novo centro de controle (leia-se "censura") em Essen, Alemanha, com 500 funcionários. Isso duplicará o número de trabalhadores encarregados de censurar e revisar o conteúdo no site. Até agora, a empresa possui apenas um desses centros, em Berlim.

Milhões de usuários da Internet estão sendo censurados sistematicamente por esses escritórios. Os relatórios das publicações críticas que foram suprimidas e os autores de esquerda e progressistas bloqueados aumentaram rapidamente nos últimos meses.

(...) The Guardian revelou em 21 de maio que o Facebook estava conduzindo este trabalho de forma sistemática. O jornal obteve uma centena de documentos de treinamento para os trabalhadores dos centros de controle e concluiu que eles são alarmantes para qualquer advogado da liberdade de expressão.

Enquanto mensagens que promovem violência extrema e assassinatos brutais ou que continham insultos foram aceitas, os funcionários foram ordenados a remover publicações como " Someone shoot Trump " porque, como presidente [e, acrescento eu, dos EUA], Trump faz parte de uma "categoria protegida". Portanto, o Facebook só permite a liberdade de expressão enquanto o governo, que julga digno de proteção, não é atacado.

As estreitas conexões entre o governo e o aparelho de censura do Facebook são especialmente evidentes na Alemanha. Embora, no dia 1 de julho, apenas 1,5% dos usuários do Facebook viessem daquele país, 16% dos 7500 censores trabalharão na Alemanha quando a nova instalação estiver pronta até o final do ano.

A explicação para essa "preocupação" do Facebook é simples: em junho, o Parlamento Federal da Alemanha aprovou o chamado Lei de Observância na Rede, o que obriga empresas como o Facebook a cumprir com responsabilidades de um censor. Sem nem ao menos uma ordem judicial, a empresa deve excluir "conteúdo obviamente ilegal" (sic) em 24 horas ou enfrentar uma multa de até 50 milhões de euros. Detalhe: as grandes empresas de mídia é que determinarão o que "obviamente ilegal" significa.

O Google também faz o mesmo, como denunciei aqui: Google censura comunicação alternativa mundial em obediência à campanha da mídia corporativa sobre 'fake news'.

Na verdade, o que está em jogo é o controle da comunicação e da informação, em detrimento da comunicação alternativa e plural de esquerda. O combate às chamadas "fake news" serve de biombo para o objetivo de barrar qualquer comunicação que seja contrária ao establishment.

Fonte: WSWS.

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