Hoje, Sergio Cabral completa um ano preso. Começou a pagar por seus crimes. Mas, e a Globo, nada?


Hoje completa um ano o fim do esquema de corrupção do ex-governador do Rio Sergio Cabral. Ele já está condenado a décadas de cadeia por apenas dois processos e ainda tem mais 13 a responder.

Mas, e a Globo, que recebeu desvio de verbas de enchentes do estado para o seu Museu do Amanhã? Que recebeu bilhões em propaganda nos governos Cabral e durante oito anos nada viu de anormal no maior escândalo de corrupção da História do Brasil?

Há um ano postei o texto a seguir e ele continua sem resposta.


17 de novembro de 2016

Ao assistir agora pela manhã ao verdadeiro exército de repórteres da Rede Globo na cobertura da prisão do ex-governador Sergio Cabral, uma pergunta martelou minha cabeça: será que nesses 10 anos de governos do PMDB a Globo não pôde reservar alguns de seus repórteres para desvendar a podridão, a roubalheira que estava acontecendo no Rio de Janeiro e que todos os cidadãos sabiam de cor, só não tinham como investigar e provar?

A verdade é que as Organizações Globo faturaram horrores com as administrações peemedebistas no estado e na prefeitura, em patrocínio e concessões, e não fez o trabalho que uma empresa jornalística deveria fazer, andando a reboque até de seu inimigo figadal, o ex-governador Garotinho, no caso conhecido como a gangue dos guardanapos. A Globo só tocou no assunto porque a divulgação das imagens por Garotinho caiu nas redes e viralizou. Mas, logo em seguida, deixou correr frouxo e o assunto saiu das capas e primeiras páginas, até sumir.

Ali o esquema ficou escancarado. Mas as Organizações Globo se omitiram, ou pior, venderam seu silêncio - fica o leitor com a opção que lhe aprouver.

Além desses que estão presos, até as folhas secas das amendoeiras caídas pelas ruas do Rio sabem das graves acusações contra o antigo secretariado de Cabral, uns presos hoje, outros ainda soltos. Das acusações de enriquecimento ilícito contra o presidente da Alerj Jorge Picciani. Das inúmeras acusações feitas pelo ex-governador Garotinho (que indicou Cabral para o governo), algumas com farta documentação, envolvendo até o ex-secretário de Segurança Beltrame.

Investigação da Globo? Zero.

Agora, um batalhão de repórteres está nas ruas, até com helicópteros, para acompanhar o passeio de Cabral do Leblon até a Praça Mauá, sede da PF no Rio.

A Rede Globo deveria pedir desculpas à população e confessar: sabíamos, ou pelo menos desconfiávamos, e nada fizemos. Nosso silêncio foi cúmplice e ajudou a trazer o Rio de Janeiro a essa situação falimentar em que se encontra.


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