Cantanhêde e a febre amarela

Eliane Cantanhêde amarelinha

Em sua coluna deste domingo na Folha, Eliane Cantanhêde lançou um monte de perguntas ao vento, sob o título Perguntar não ofende (aqui, para assinantes). Em duas delas, a colunista voltou ao tema da febre amarela:

6) As pessoas devem ou não se vacinar contra a febre amarela, que já fez pelo menos 11 vítimas, com sete mortes, em menos de um mês?
7) Ou é melhor se trancarem em casa nas férias de janeiro e fevereiro, no Carnaval e na Semana Santa, para fugir do risco? E por que a turma do Planalto se vacinou?

Cantanhêde, por que não se fez essas perguntas antes de escrever a coluna alarmista?

Será que durante todo esse período de mais de dez dias não deu para aprender nada sobre a doença?

Aproveite então e leia hoje o que está publicado na própria Folha onde trabalha.

Escrita pelo colunista Julio Abramczyk, Nem todos precisam de vacina (assinantes podem ler aqui) responde algumas de suas perguntas:

Os turistas direcionados para as praias do Rio, de São Paulo, de Salvador, de Recife e de Fortaleza não precisam receber a vacina contra a febre amarela. O motivo é que essas não são consideradas áreas de risco, assegura a Organização Pan-Americana da Saúde.
(...)
Nos últimos dez anos, relatam especialistas em medicina tropical, a febre amarela silvestre mostra deslocamento para fora da região endêmica, em direção ao leste e ao sul do país.
Dessa forma, áreas rurais nos Estados das regiões Centro-Oeste (Goiás), Nordeste (oeste da Bahia) e Sudeste (oeste de São Paulo e Minas Gerais) apresentaram ao longo desse período portadores da doença.
A ocorrência da doença foi igualmente detectada na região oeste do Rio Grande do Sul e no nordeste do Paraná, mas, nesses casos, exclusivamente em animais.
Pela possibilidade de as pessoas serem infectadas devido à presença da febre amarela silvestre nessas regiões, a vacina é indicada.

Estão aí os dois grupos: os que precisam e os que não.

Quem sabe assim, Cantanhêde, você calça as sandálias da humildade e reconhece que errou feio naquela sua coluna alarmista.

Afinal, errar não é privilégio do governo Lula, como você pensa.

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