Empresa fantasma assombra contas de Serra em 2002

Reportagem de Leonardo Souza e Cátia Seabra na Folha hoje [aqui, para assinantes]:

O comitê da campanha de José Serra à Presidência em 2002 declarou gastos com a empresa Gold Stone Publicidade e Propaganda no valor de R$ 251 mil.
Conforme a Folha publicou anteontem, a Delegacia da Receita Federal de Brasília manteve entendimento de que a Gold Stone nunca existiu fisicamente, nunca pagou um centavo de imposto e que o partido não comprovou a efetiva prestação de determinados serviços pela empresa - ou seja, a Gold Stone é fantasma, e as notas referentes a esses serviços, frias.
Segundo prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral, foram dois pagamentos: em agosto (R$ 100 mil) e setembro (R$ 151 mil).
Em nota divulgada anteontem, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que as despesas com a Gold Stone mencionadas na auditoria diziam respeito a atividades de responsabilidade do partido antes do período eleitoral, e não da campanha.
Ontem, o senador confirmou que a campanha de Serra também contratou a Gold Stone, mas disse que os serviços (e as notas fiscais às quais se referem) são outros e que estão devidamente comprovados na Justiça Eleitoral. "São duas coisas diferentes. Não são as mesmas notas", afirmou.

Bom, o senador Guerra, que anteriormente afirmara que os dados se referiam a despesas de antes da campanha, agora confirma que a Gold Stone também prestou serviços durante campanha de Serra em 2002. Informa ainda que esses serviços estão comprovados na Justiça Eleitoral.

Só faltou esclarecer uma coisa. Quer dizer, uma não, duas: os dois nuncas que a Delegacia da Receita Federal de Brasília sapecou em cima da Gold Stone. A saber: nunca existiu fisicamente, nunca pagou um centavo de imposto. Ou seja: é uma empresa fantasma.

Uma campanha que se utiliza de uma empresa fantasma (a Gold Stone) e de uma outra que ressurgiu das cinzas (Marka, uma zumbi que estava inativa há anos), e ainda envolvida com vampiros e sanguessugas, que coisa... Tá mais pra brainstorming dos roteiristas de “O Massacre da serra elétrica” do que para campanha política. Aliás, nesta, Lula massacrou Serra.

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