Folha quer ser a Veja dos jornais diários

Só pode ser isso. O grau de virulência, o ataque sistemático ao governo, ao PT e até à nossa incipiente blogosfera política só pode significar duas coisas: ou a Folha resolveu ser a Veja dos diários ou seus colunistas resolveram se candidatar a uma vaga no hebdomadário dos Civita, apostando na queda da cúpula da revista, por causa do dossiê Veja do Nassif.

O tom da Folha tem sido o de partir pro pau. Começou com a criminosa coluna de Cantanhêde recomendando vacinação em massa contra a febre amarela, agora seguida por Clóvis Rossi.

Hoje, por exemplo, Rossi distorce uma justa reclamação do presidente em relação à postura de certos membros do Judiciário, e tenta jogar Lula contra Lula, mas o que consegue é jogar Tico contra Teco - os dois neurônios que usou para escrever a coluna. [assinante, lê aqui]

O colunista da Veja Folha tenta contrapor a reclamação de Lula "Seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele" com uma outra anterior, em que o presidente defendeu o direito de fiéis da Universal processarem a Folha. Ficamos sem saber por que Lula poderia dizer uma coisa e não outra, simplesmente porque Rossi não fala coisa com coisa.

Parece magoado, escrevendo com o fígado, na defensiva, jogando para a platéia dos “indignados úteis”, como os colunistas de Veja. Será por causa da descoberta recente de que sua esposa, Catarina Rossi, é presidente do PSDB Mulher da capital paulista e membro nato do PSDB Mulher estadual?

Acho que não. Não sei nem mesmo se a Catarina Rossi do PSDB é a mesma que é esposa do colunista, porque ele não toca no assunto, como se assim evitasse que ele existisse. O que me parece é que os ataques ao governo seguem a mesma linha dos ataques de Veja, tão bem explicitados por seu presidente, Roberto Civita, numa entrevista:

"... Os leitores clamam, (...), querem que a sua revista se indigne. Eles querem. Os brasileiros, hoje, não posso falar de outras partes do planeta, mas os leitores de Veja querem a indignação de Veja. Eles ficam irritados conosco quando não nos indignamos."

A Folha vai pelo mesmo caminho. Deve ser lucrativo. Mas não é jornalismo.

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