Em cada três palestinos mortos um é criança

São 280 crianças, num total de 935 palestinos mortos. Há também 92 idosos de ambos os sexos e mais 97 mulheres. Crianças, idosos e mulheres são 50,16% dos mortos pelas tropas israelenses. A informação está publicada na Folha de hoje (aqui, apenas para assinantes).

Mas, para o diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, não se pode dizer que sejam vítimas inocentes. Em artigo publicado ontem em O Globo (que pode ser lido aqui no Azenha), Kamel afirma o seguinte:

Diante disso [a eleição do Hamas], dá para dizer que os palestinos de Gaza são inocentes vítimas do jugo do Hamas e de uma reação desproporcional dos israelenses? Olha, eu deploro a guerra, lamento profundamente a morte de tanta gente, especialmente de crianças, vítimas de uma guerra de adultos. Vejo as bombas, e fico prostrado, temendo que o bom senso nunca chegue. Mas isso não me impede de ver que a guerra, com suas consequências, foi uma escolha consciente também dos palestinos de Gaza. Retratá-los como despossuídos de todo poder de influir em seus destinos não é mais uma verdade desde 2006.

Portanto, para Kamel está justificado o massacre. Se não restar ninguém, eles escolheram assim, quem mandou?

No entanto, Kamel não dá uma palavrinha sobre artigo de um dos mais importantes jornalistas do mundo, Robert Fisk, comentado na Agência Carta Maior, em que Fisk denuncia:

"O cessar-fogo foi rompido por Israel, primeiro dia 4/11, quando bombardeou e matou seis palestinos em Gaza e, depois, outra vez, dia 17/11, quando bombardeou e matou mais quatro palestinos"

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