O Globo dá uma de Chacrinha no genocídio cometido por Israel

Para os desavisados parece estar havendo um grande embate interno entre a cúpula de O Globo e a redação, ou o jornalão da família Marinho surtou e está completamente esquizofrênico. Como dizia Cazuza, suas idéias (no caso, manchetes e matérias) não correspondem aos fatos (no caso, às fotos).

Veja por exemplo esta reprodução da primeira página de sábado do jornalão. Sob uma grande imagem colorida de um cortejo em que milhares de palestinos carregam os corpos de seus mártires, vem a seguinte manchete e a chamada para a matéria:

Israel em alerta redobra segurança

Governo põe 12 mil homens em Jerusalém e ataca 30 alvos do Hamas

Num dia de fúria palestina (sic), convocado pelo Hamas em protesto contra a ofensiva militar em Gaza, o governo entrou em alerta máximo e reforçou as ruas de Jerusalém com 12 mil homens.

A segurança não impediu protestos e confrontos de palestinos contra a polícia. Na Cisjordânia, as fronteiras foram fechadas. A força aérea israelense bombardeou 30 alvos do Hamas, visando principalmente às residências de seus dirigentes.

Três crianças palestinas morreram e já há mais de cem civis mortos desde o início dos ataques, no sábado passado. Páginas 22 e 23

Se você resolve ir às páginas 22 e 23 indicadas pela chamada constata que as tais “três crianças palestinas” que morreram estão retratadas na reportagem (porque há três crianças de uma mesma família mortas na foto). Todas da família do xeque Nizar Rayan, que foi assassinado junto com 13 outros membros de sua família num ataque da aviação israelense na quinta-feira. No entanto, as agências internacionais, que também são pró-Israel, dão conta da morte de inúmeras crianças, jovens e adultos civis em Gaza, atingidos pelo exército de Israel.

As outras imagens da reportagem mostram sapatos e pedras (sic) atirados pelos civis palestinos (sic) contra soldados (sic) israelenses. Essa deve ser a tal “fúria palestina”, que fez Israel entrar em estado de alerta e atacar 30 alvos palestinos em Gaza...

As imagens contradizem as reportagens e a manchete do jornalão. Mas a esquizofrenia de O Globo só engana os desavisados. O objetivo do jornalão (e de todos os jornalões brasileiros) foi definido numa célebre frase do Chacrinha:

- Eu não vim aqui para explicar, eu vim para confundir.

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