Sobre boxeadores cubanos, outros cubanos e dois americanos

1. No mesmo ano, na mesma época, no mesmo PAN, além dos dois boxeadores, outros dois cubanos abandonaram a delegação de Cuba: um jogador de handebol e um treinador. Os dois pediram refúgio ao Brasil e foram atendidos:

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) concedeu nesta sexta-feira refúgio a dois atletas cubanos que abandonaram a delegação do país durante os Jogos Pan-Americano do Rio de Janeiro, em julho, informou nesta sexta-feira o Ministério da Justiça.

2. Pouco adiante, três músicos de uma orquestra cubana abandonaram o grupo e pediram para ficar no Brasil. O Brasil concedeu refúgio aos três músicos cubanos:

O Ministério da Justiça aprovou ontem o pedido de refúgio feito por três músicos cubanos que estão no Brasil desde dezembro do ano passado.

3. Os boxeadores cubanos afirmaram a um representante do Ministério Público (órgão independente do governo) que não queriam ficar no Brasil, conforme nota escrita pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, e que pode ser lida aqui.

Já em Cuba, um dos lutadores deu uma entrevista ao Jornal Nacional:

Guillermo Rigondeaux deu a primeira entrevista sobre a deportação do Brasil. Na casa onde mora, em Havana, disse que agiu de forma indisciplinada ao abandonar a delegação cubana. Contou que deixou a Vila Pan-Americana com empresários estrangeiros. Bebeu, comeu demais e ficou acima do peso exigido para lutar. Rigondeaux afirmou ainda que a volta à Cuba foi uma forma de reparar o erro que cometeu.

Os cubanos que quiseram ficar no Brasil foram acolhidos pelo governo brasileiro. Os que não quiseram, foram despachados de volta. Simples assim. Por que os boxeadores agiram desse modo, por que um deles fugiu posteriormente para a Alemanha, tudo isso é problema deles. Quem quis ficar, ficou.

Só estranho tanta celeuma a respeito desses dois cubanos e nenhuma a respeito dos dois americanos, pilotos do jatinho Legacy, que nossa “grande imprensa” fez intensa campanha para que pudessem voltar para os EUA, onde hoje residem tranquilamente, ainda pilotando, enquanto as famílias de 154 brasileiros choram seus mortos.

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