Belinha dos Jardins: Bispo, botox, aborto e a libertação feminina

Belinha dos Jardins

Recebi nova colaboração de Belinha dos Jardins, a quem já apresentei aqui. Ela é a última pessoa que ainda acredita em tudo o que a mídia corporativa publica.

Mas, dessa vez, seu assunto foi... Bem, são tantos, que é melhor deixar que ela fale:



Ontem recebi a visita de uma amiga. Eu a conheço há mais de... anos (é indelicada a contagem de tempo para as damas) e desde aquela época ela ostenta os mesmos 35 anos. Pelo menos é o que diz. Ou o que pensa que aparenta.

Com essa moda do botox, as pessoas aumentam os lábios, desaparecem com as rugas e ficam todas parecidas com as imagens do museu de cera de Madame Tussauds.

Aqui não precisamos do museu. As figuras de cera passeiam pelas ruas. Algumas aspiram a cargos públicos e outras são casadas com políticos em altíssimos cargos... hrum-hrum.

Minha amiga estava muito aborrecida com o bispo de Pernambuco que decretou a excomunhão dos médicos e da família da menina que estava grávida de gêmeos, fruto de uma violência do padrasto.

Mas ela também estava aborrecida com o próprio marido e misturava os assuntos com tal indignação que não sei quando ela criticava o bispo ou o cônjuge. O que sei é que ela estava errada nos dois casos. Como boa amiga, não disse nada a ela, mas falo agora pra vocês.

Mulher só deve reclamar do marido quando ele não paga as contas – especialmente as dela. A partir de certa idade, um marido ausente é um presente dos deuses. E o marido dessa minha amiga faz parte do conselho de administração de um grande banco. Sai cedo, volta tarde de “infindáveis reuniões”, mas não diz um “ai” a respeito dos gastos dela, o que me provoca uma curiosidade: será que ele presta a mesma atenção aos números do banco?

Quanto ao bispo, ela também estava errada. A Igreja Católica Apostólica Romana diz que nós fiéis devemos seguir os dez mandamentos. Um deles – o quinto - diz: Não matarás.

Minha amiga me disse que a menina poderia morrer no parto. Mas, pensei comigo, e se ela morresse no aborto? Mas achei melhor não dizer nada, pois esquentaria a conversa e esfriaria o chá.

O que causa essa confusão na cabeça das pessoas é o comportamento de uma parte de nossa Santa Madre Igreja.

Na minha época havia o dogma da infalibilidade papal. Hoje... que tempos! Li que o Vaticano afirmou que a máquina de lavar fez mais pela libertação feminina do que qualquer outro movimento.

Ora, padres usam saias, mas não são mulheres. Sei do que estou falando. O que mais contribuiu para a chamada libertação feminina foi o baixo salário dos maridos, que as levou para as ruas – infelizmente não para fazer compras (o que é muito saudável, mas dispendioso).

E que vantagem a tal libertação trouxe para as mulheres? Passaram a ter as mesmas doenças dos homens: alcoolismo, stress, hipertensão, insônia, infarto. Ninguém ouve mais falar na velha e boa histeria, com seus tombos espetaculares e suas ações bizarras. Pena.

Mas o fato é que me alongo: quero apenas afirmar que concordo inteiramente com o bispo. Agiu como católico. E se a menina houvesse morrido durante o inefável procedimento, todos o aplaudiriam também.

O importante não é o que falam da gente, mas manter a pose. E não deixar esfriar o chá.

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