Belinha dos Jardins e a ditabranda

Belinha dos Jardins

Há um tempo apresentei a vocês Belinha dos Jardins. Ela enviava comentários aqui para o blog, sempre por e-mail e pedindo para que nada fosse publicado. Uma figuraça, do tipo da Velhinha de Taubaté, do Veríssimo, e da Salomé, de Chico Anísio.

A diferença entre as três é que, enquanto as outras acreditavam nos governos, Belinha acredita em tudo o que é publicado na mídia corporativa. Talvez seja a última. Ou uma das últimas.

No entanto, após a apresentação dela aqui, Belinha sumiu. Só voltou a me escrever agora e, por isso, só hoje divido a divertida opinião dela com você.

Mello,

Já havia desistido de enviar algum comentário a seu blog, porque a apresentação que você fez de mim e da coluna que me prometera – francamente – foi uma decepção. Esperava, ao menos, um pouco de independência de um jovem (todos somos jovens de espírito) que diz que rema contra a maré e cita Bernard Shaw.

Na ocasião, fiquei aborrecida e resolvi que não mais escreveria a você. Mas a manifestação contra a chamada ditabranda e a vitória (suposta vitória) que você comemorou no blog contra a Folha de S.Paulo me fizeram mudar de opinião.

Há um preconceito contra a chamada ditadura, até quando a chamam de ditadura militar. Ora, os militares recebem ordens, e a derrubada da bagunça do governo João Goulart foi planejada e financiada por nós, civis. Inclusive pelo Roberto Marinho, pelos Mesquita e pelo Frias.

Mas não apenas por eles. Quem não se recorda da gloriosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade? E da campanha “Doe ouro pelo bem do Brasil”? Eu mesma doei meu anel a um jovem militar muito ativo. E você não imagina o quanto me doeu aquela doação.

A verdade é que esses pseudointelectuais adoram uma ditadura, por isso não gostaram do neologismo - muito bem criado, aliás - ditabranda. Defendem o falecido Fidel Castro (falecido, sim, porque, cá entre nós, a múmia de Tutankamon está com melhor aspecto do que ele) e criticam a Cuba de Fulgencio Batista, que era uma coisa maaaaravilhosa.

Isso é uma ignorância completa, que posso perdoar nos jovens inundados por teorias marxistas (dos irmãos Marx) e que não viveram aquele glorioso período. Mas é ridículo que professores doutores não vejam que a pobre Cuba, que era – repito – maaaaravilhosa, está um horror, como a figura de Fidel hoje.

E essa opinião, Mello, não é apenas minha. O próprio Fidel gosta tanto da Cuba dos anos 1950 que a congelou no tempo. A maioria dos carros e prédios da ilha são daquela época, numa preservação daqueles anos dourados – o que demonstra que nem Castro é castrista.

Quanto aos tais professores que escreveram cartas malcriadas para a Folha (um chegou a dizer que Otavinho deveria se ajoelhar em praça pública), o que pensam da vida? Sabem o que é a responsabilidade de ser um Filho, como o Otavinho, quando o pai foi um grande homem? Um pai jamais deveria dar seu nome a um filho.

Enfim, espero que você suplante seu preconceito de classe, honre o convite que me fez e aceite esta colaboração que lhe envio, para o bem da Verdade.

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