Programa bombástico da Record sobre a Globo foi uma bomba

Um verdadeiro fiasco. Um tiro no pé. Anunciaram demais e não mostraram quase nada. Matérias requentadas que já haviam sido apresentadas durante a semana. A única novidade – que poderia ser novidade realmente – foi um fiasco: a “entrevista” pra lá de suspeita com o bispo Macedo, que é um exemplo clássico do porcalismo que não existe apenas na Globo, na Folha, na Veja e no Estadão não. Na Record também.

A moça – vou chamá-la assim, não me recordo o nome – começa sua reporcagem empurrando malas no aeroporto de Nova Iorque. Nos informa que vai ao encontro do bispo em Miami. Corta para a moça no avião. Ela nos informa que está anotando as perguntas que fará na entrevista. Corta para a coitada empurrando malas, já em Miami. Para a chegada dela na igreja do bispo naquela cidade, onde será feita a “entrevista”.

Deixam a moça esperando. O bispo se atrasa. Chega e diz que era para ter chegado uma hora antes, mas pegou uma rua errada (ah, os descaminhos da vida...). Depois o bispo tem uma reunião importante. Finalmente, senta-se para a entrevista e declara que ela “pode lhe perguntar qualquer coisa”. Sim, o bispo concede. A moça – já sem os carrinhos e as bagagens, apenas com o caderninho de perguntas – agradece ao bispo e afirma, para meu espanto, que aquela era exatamente a primeira pergunta que faria ao bispo: se poderia fazer qualquer pergunta. Afinal, ela estava entrevistando o “chefe”.

Porcalismo de primeira. Jornalista que pergunta se pode perguntar é porcalista. E esse foi o tom da entrevista. Perguntas de encomenda para tentar desclassificar o promotor e a juíza do processo. Nada sobre o envio de dinheiro para paraísos fiscais. (Imagino o bispo dizendo que o dinheiro foi para o paraíso por merecimento, obra de Deus...).

O bispo diz que os ataques da Globo o deixaram muito feliz. Mas não é o que parece, pelo menos para quem assiste ao noticiário da Record. Nem para quem se lembra da enxurrada de processos contra a Folha e a repórter Elvira Lobato, quando esta fez excelente reportagem sobre a movimentação paradisíaca de dinheiro da Universal.

Ficamos sem saber do bispo o que ele tem a dizer sobre o assunto.

Quanto às acusações à Globo, são nossas velhas conhecidas. Estão aí na praça como o senador Sarney, o Paulo Maluf, o Quércia, Barbalho, todo mundo sabe quem são, os podres que têm, mas fica por isso mesmo, enquanto nosso Simão Bacamarte do STF, Gilmar Mendes, combate umas ilicitudes e comete outras – como intimidar o blogueiro Altino Machado: “- tome cuidado com esse tipo de pergunta!”

Quero ver quando o processo de compra da TV Paulista pela Globo chegar ao Supremo (se é que chegará um dia), qual será a decisão de nossos tribunos, tantas as provas de falsificações existentes nos documentos.

Se for aplicada a lei, a Globo perde a emissora paulista e aí, babau.

Os globais mais antenados já estão se coçando. Ali Kamel, por exemplo, fez um treinamento intensivo para trabalhar em decupagem, ao garimpar e lançar em livro trechos de discursos do presidente Lula.

Os irmãos Marinho, por exemplo, poderiam seguir o exemplo das famosas Irmãs Marinho (foto ao lado), que desfilavam no Salgueiro: A passagem das Irmãs Marinho pela avenida dos desfiles era aguardada com muita ansiedade pelo público, que gritava seus nomes e as aplaudia com muito entusiasmo. A beleza do corpo daquelas mulatas, em especial as pernas, e a evolução precisa deixava o espectador numa espécie de hipnose.

Depilação a laser, bronzeamento artificial e perucas fazem milagres. Fica a sugestão.

Já o bispo, pode aproveitar a grana no paraíso e cantar com a Blitz: “Estou a dois passos do paraíso...”. Basta dá-los.

Enquanto isso, prossegue A luta pela manipulação das massas entre Globo e Record.

Só a CONFECOM pra dar um jeito nisso.

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