Efeito Orloff: Que bom seria se o Brasil fosse a Argentina amanhã

Nos anos 80, um famoso comercial de TV da vodka Orloff dizia “Eu sou você amanhã”. Virou moda falar que o Brasil era assim, em relação à Argentina, pois, o que ocorria lá, em seguida acontecia aqui.

Foi assim com o Plano Austral de lá, que foi seguido pelo nosso Plano Cruzado, ambos com o mesmo resultado: o fiasco.

Lembrei-me disso agora, quando a Lei do Audiovisual foi aprovada na Argentina, pois gostaria que houvesse o Efeito Orloff no Brasil, com uma Lei semelhante por aqui.

O Grupo Clarin (guardando as proporções, as Organizações Globo de lá) esperneia. As OG fazem coro, no jornal O Globo e no JN, acusando o casal K de seguir o rumo de Chávez.

Mas é coisa de mais dia, menos dia. Como no famoso poema de Maiakóvski, “Come ananás, mastiga perdiz. Teu dia está prestes, burguês” (tradução de Augusto de Campos).

A Lei Argentina impõe limites à concentração dos meios de comunicação nas mãos de um mesmo grupo, e regras para que elas sejam renovadas, ou não. Tudo o que não querem Clarin nem as Organizações Globo e a mídia porcorativa em geral.

Leia só este trecho, que foi publicado no Vermelho e reproduzido no Vi o Mundo, do Azenha:

A lei impedirá os monopólios, pois impede que qualquer rede privada de TV possa concentrar mais do que 35% do mercado de mídia. Outro ponto positivo da lei é o impedimento aos grupos de mídia de manter um canal de TV aberta de forma simultânea a um canal de TV a cabo. Além disso, a lei determina que as licenças para canais de TV em cidades maiores de 500 mil habitantes serão concedidas diretamente pelo próprio governo. A nova lei ainda regulamenta a publicidade oficial.

As licenças, que até esta lei tinham duração de 20 anos, passarão a ter um prazo de 10 anos, com a possibilidade de serem renovadas por outra década. No entanto, as licenças serão revisadas a cada dois anos, aumentando o controle público sobre estas concessões.

Dificilmente Lula vai fazer como os Kirchner, pois está mirando a candidatura de Dilma e a manutenção de seu grupo e projeto políticos no poder. Mas que seria ótimo que houvesse esse Efeito Orloff aqui, seria.

Mas, para isso, também temos que bater tambor e continuar nossa luta, desmascarando a mídia porcorativa com suas reporcagens e mostrando que O poder das Organizações Globo é um risco para a democracia no Brasil.

Aproveitando toda essa grita sobre liberdade de expressão e de imprensa, é bom lembrar e discutir: liberdade de quem?

As Organizações Globo têm um peso descomunal no Brasil. Esse peso descomunal deve ser discutido no Congresso. É necessário que se criem mecanismos regulatórios para garantir a liberdade de expressão. E a liberdade só pode existir se for plural, se não houver uma instância - como as Organizações Globo - com o poder de influenciar mais de 70% da população. Mecanismos que proibissem – como acontece em outros países, inclusive os EUA - a concentração de veículos de comunicação nas mãos de um só grupo, numa mesma cidade ou estado. Aqui no Rio, por exemplo, as Organizações Globo têm a TV Globo (RGTV), os jornais mais vendidos - O Globo e Extra -, estações de rádio - Globo, CBN... - além da revista Época, do portal de notícias etc., etc.

(...) Até quando se vai permitir a concentração de poder que as Organizações Globo têm no país? Isso não faz bem para a informação livre, muito menos para a democracia. Ao contrário: não permite uma e ameaça a outra.

Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail

imagem RSSimagem e-mail