A régua que usa Augusto Nunes quando afirma que 'Os idiotas estão por toda parte'

Augusto Nunes acordou, olhou-se no espelho e descobriu que estava ali, à sua frente, o plot de sua coluna. No banheiro mesmo, sentou-se e perpetrou a obra: Os idiotas estão por toda parte.

Como Jabor, refugiou-se em Nelson Rodrigues, o pai de todos os reacionários, mas que era um escritor e teatrólogo genial. Assim, eles pensam que são da mesmo time. Não são.

Em seu texto, Nunes desce o pau em Lula e Dilma (eu precisava dizer isso?), afirma que os oito anos do governo Lula foram a Era da Mediocridade, e, num malabarismo verbal, diz que se orgulha de fazer parte dos "40 milhões de brasileiros que continuam enxergando as coisas como as coisas são e contando o caso como o caso foi".

Esquece-se Nunes que seu candidato, Serra, não pensa como ele. Identificou-se em grande parte da campanha como um continuador do governo Lula. E muitos que votaram em Serra, certamente o fizeram por isso.

Se no horário eleitoral Serra obrasse o texto de Augusto Nunes levaria uma surra nas urnas maior do que a que lhe foi aplicada por uma candidata que chegou à presidência sem disputar uma única eleição.

Mas os colunistas da mídia oposicionista escrevem para eles mesmos. Nisso, reproduzem aquela histórica cena de 2006, quando FHC, Serra e um outro tucano do bico grande, de que não me recordo o nome agora (Tasso?), pensavam decidir o futuro do país em um jantar num restaurante de luxo de SP. O raio de influência deles era tão pequeno que nem a candidatura Serra conseguiram emplacar (Alckmin foi o candidato).

Por isso, quando Augusto Nunes diz que os idiotas estão por toda parte é porque ele e seu grupo pensam que o mundo se resume a eles.

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