Belinha dos Jardins reaparece e lança campanha 'Adote um psolista antes que ele se extinga ou eleja'

Recebo nova mensagem de Belinha dos Jardins:

Prezado esquerdista-pragmático,

tenho me divertido bastante no seu blog com suas tentativas de defender Palocci, aquele gordinho melífluo, de língua presa e contas soltas.

Principalmente com o auxílio de Gabriel, um jovem negro e robusto, filiado ao Psol, que nos mostra por a + b que o governo da terrorista é um horror, e se antes eles queriam destruir o Brasil a bala e transformá-lo numa Cuba mastodôntica, agora se contentam em ganhar nosso rico dinheirinho e distribui-lo (ínfima parte, of course) entre a gente diferenciada que os elege.

Por isso, eu e minha amigas estamos lançando a campanha "Adote um psolista antes que ele se extinga ou eleja". (Reparou nas novas cores de minha foto? É fruto disto)

Nosso movimento começou durante a campanha presidencial. Carlota, uma de minhas amigas, enquanto degustávamos nosso chá semanal, nos chamou a atenção para o candidato Plínio. Disse que era muito compenetrado e seguro das bobagens que dizia, e, por isso, divertidíssimo, e que estávamos perdendo suas declarações.

Determinei que uma de minhas ajudantes passasse a gravar os programas de Plínio e, semanalmente, reunia-me com minhas amigas para nos deleitarmos com suas palavras. Quanta convicção. Quanta certeza. Que superioridade moral ele julgava ter sobre os demais, a quem dirigia conselhos, críticas ou pequenas boutades.

Mas o que nos encantou diante daquilo tudo é a certeza que ele tinha de que jamais seria eleito. Por isso era livre para atacar a tudo e a todos. Para ser o Salomão da política, definir o que são o bem e o mal. A certeza da derrota o tornava invencível.

Foi aí que nos aprofundamos em seu partido, a partir da sugestão de uma outra de nossas amigas (cujo nome infelizmente já não me recordo, tantas passamos a ser, graças a Plínio), que disse conhecer ligeiramente (mas, dizem outras, profundíssimamente) um psolista chamado Gabriel, como o anjo da anunciação, a quem já me referi.

Tratamos de contratá-lo para que participasse de nossas reuniões semanais. O adotamos. Tudo o que ele tem a fazer é nos dizer o que pensam (ele e o Psol) do Brasil e do mundo.

Participamos também, juntando declarações de seus deputados e simpatizantes, e folgamos muito com isso. São as tardes mais divertidas nesse início de crepúsculo de nossas existências.

Ainda outro dia, Gabriel nos disse que era contra a usina Belmonte ou Belo Monte, porque ela inundaria o cemitério de uma tribo indígena de não mais que 100 sobreviventes. Eu me engasguei com um biscoito e tive que ser socorrida pela minha enfermeira, pois não pude conter o que seria um acesso de riso.

Quem, a não ser um psolista, acredita na existência de indígenas vivos no século XXI? Eles andam em suas modernas caminhonetes, usam roupas de grife e só se pintam e fantasiam de índios para conseguir alguma vantagem dos governos ou para as câmeras e argumentos dos psolistas...

Ainda assim, quanta convicção, quanta paixão no que Gabriel dizia. Mesmo sendo negro, fulgurava um rouge de indignação em sua face. Tudo isso por causa de um cemitério - e ele nem era o morto...

Quando saiu, eu estava absolutamente convencida da necessidade de preservar essa espécie. Fiz a proposta a minhas amigas e elas concordaram. Então lançamos a campanha "Adote um psolista antes que ele se extinga ou eleja".

Porque uma e outra coisa são fundamentais. Os eleitos acabam tendo suas inocências e convicções conspurcadas, como aquele delegado que tem um nome de origem grega de que não me recordo agora, que se fez de cruzado contra aquele banqueiro baiano (lembrei-me os nomes: Protógenes e Dantas). Fez-se a transformação: o psolista indignado, paladino da justiça, transformou-se num deputado eleito e elogiou o presidente do futebol brasileiro Ricardo Teixeira, acusado de falcatruas. [Nota do Blog do Mello: O deputado Protógenes é filiado ao PC do B]

E assim está o nosso movimento. Mais detalhes terei de contar em outro dia, pois a ajudante que digitava meus textos deve ter conseguido um bolsa família qualquer e não quer saber mais de trabalhar. Vou ver se Gabriel aceita a tarefa. Por enquanto, é só. Au revoir.
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