1964: Globo, em editorial, defende o golpe; em 2012, defende a Veja. Na contramão do Brasil

Em editorial escrito no dia do golpe (que foi no dia 1 de abril e não em 31 de março - primeira mentira que eles pregaram na história) e publicado no dia seguinte, 2 de abril de 1964, O Globo defendia:


Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições [leia editorial completo aqui, ou veja o fac-símile aqui].

Agora, em 2012, O Globo sai em defesa da Veja, sem ao menos aguardar a conclusão da CPI do Cachoeira, ou tomar conhecimento das 200 ligações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o diretor da Veja em Brasília Policarpo Junior.

Nem Policarpo fez isso por ele. Refugia-se num silêncio no mínimo suspeito de quem teme o que possa ter sido gravado pelas Operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal.

Por que a Globo teria feito isso e saído em defesa de Policarpo e de Veja? Talvez por que já se mostrou ligação do grupo de Cachoeira com a revista Época, das Organizações Globo... Ou, talvez, como vacina, para se antecipar a documentos que poderiam incriminar outros órgãos da Organização.

O que é certo é que quando uma CPI tenta passar a limpo as relações espúrias entre arapongas, bandidos,  empresários, políticos e jornalistas para que o Brasil possa avançar politicamente como já o está fazendo na área social, as Organizações Globo, mais uma vez na contramão do Brasil, saem em defesa do lado escuro da força. Até hoje impunemente.

Até quando?