O livro de papel não morreu, nem o jornal. E o PT precisa criar o seu

Sei que tem muita gente respeitável que defende que a Internet e as preocupações ecológicas e com desenvolvimento sustentável tornaram obsoletos os meios de papel: jornais, revistas e até os livros.

Mas, experimente deixar qualquer um desses objetos num banco de praça, nas salas de espera de consultórios... Ninguém resiste - caso o material seja atualizado, claro.

Repare nas aglomerações em torno dos jornais e revistas expostos nas bancas.

O povo - nós! - gostamos de saber do que se está falando, o que está acontecendo, "qual é a última".

No entanto, o PT, há 12 anos no poder, não tem um veículo de comunicação nacional, que dispute nas bancas aqueles olhares ávidos por notícias.

E as notícias que esse público recebe são as dos adversários do PT, a mídia corporativa que defende os rentistas, o Mercado.  E pauta as discussões entre colegas de bar, de trabalho, da família.

Há um sentimento concreto de que  aquilo que é impresso se sobrepõe a todo o mais. É a famosa lei dos bicheiros: Vale o escrito, mas o escrito EM PAPEL.

Por que não temos um jornal de esquerda (cobro isso aqui no blog há anos - e olha que este é meu décimo ano), um jornal de esquerda que represente esse eleitorado que vota há 12 anos em Lula e Dilma?

Por que temos que chegar nas bancas (e também nos rádios e TVs) e só lermos, ouvirmos e assistirmos os discursos daqueles que derrotamos nas urnas?

Tínhamos que ter um jornal que contratasse pesquisas sobre a seca em São Paulo, por exemplo. Por que só fazemos isso nas eleições?

Informação é como o amor, segundo  aquela canção, ela "precisa, para viver, de emoção e de alegria, e tem que regar todo dia".

E nada melhor que um jornal de distribuição nacional diário nas bancas todos os dias.

Se os perdedores podem, por que os vencedores não?