MAR DE LAMA DA PRIVATIZAÇÃO DA VALE POR FHC-SERRA ROMPE BARRAGEM EM MINAS 18 ANOS DEPOIS



O mar de lama que foi a privatização da Vale do Rio Doce (maior crime de lesa-pátria de que se tem notícia) promovida pela dupla FHC-Serra acabou explodindo agora em Mariana, MG, descendo como um tsunami de lama, arrasando cidades e provocando dano ambiental e cultural que muitos ecologistas e estudiosos consideram irreparável.

Uma tragédia puxa outra

Há 18 anos, em maio de 1997, a Companhia Vale do Rio Doce (CRVD), uma das joias da coroa do patrimônio público brasileiro, foi privatizada sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Um confronto entre 600 policiais militares e cerca de cinco mil manifestantes transformou as proximidades da praça XV, onde fica a sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e local da privatização, num autêntico campo de guerra. O confronto terminou com 33 pessoas feridas e a privatização da Vale.

A Vale era a segunda mais importante mineradora do Mundo e a maior da América do Sul.Por ela, o Brasil recebeu R$ 3 bilhões, boa parte em moeda podre. Já seu valor é incalculável, não só pelas imensas riquezas minerais como ferro, bauxita, nióbio, alumínio, cobre, carvão, manganês, ouro, urânio e outros, bem como pela estrutura logística que opera em 14 estados do país, englobando 9 mil quilômetros de malha ferroviária, portos, usinas e terminais marítimos.[Fonte]

A dupla FHC-Serra foi responsável pela privatização da Vale.



Agora, o mar de lama rompe as Barragens em Mariana e, novamente, o aparato do Estado tenta conter a população, como mostra reportagem de Laura Capriglione:

Arrancados de suas casas pelo tsunami gerado pelo rompimento das barragens Fundão e Santarém, repletas de lama tóxica, os moradores de Bento Rodrigues, arraial rural a 35 km do centro de Mariana, sofrem com outro tsunami: o de dúvidas, de mentiras e de dissimulação.
As barragens sinistradas pertencem à mineradora Samarco, fundada em 1977, controlada pela toda-poderosa Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Décima maior exportadora do país, a empresa faturou R$ 7,6 bilhões em 2014 e apresentou um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões. Apesar dessa contabilidade vistosa e de dizer em seu site na internet que preza pela vida “acima de quaisquer resultados e bens materiais”, os moradores de Bento Rodrigues reclamam que não havia nem mesmo uma simples sirene instalada e funcionando para alertar o lugarejo da ruptura das barragens. Poderia ter salvo vidas.
Agora, no rescaldo da tragédia, os habitantes de Bento Rodrigues suspeitam que a empresa esteja priorizando o salvamento de sua imagem institucional em detrimento das vidas humanas e dos animais, atropelados pelo avanço medonho da lama.
“Por que é que estão nos impedindo de entrar em Bento Rodrigues? A gente poderia ajudar na localização e no resgate dos desaparecidos e dos animais, porque conhecemos como ninguém a região, sabemos lidar com o mato. O que é que eles estão querendo esconder?”, perguntava um grupo de moradores indignados com o fato de serem mantidos à força longe de seu bairro.
“Por que não permitem que pelo menos alguns de nós entrem, para ver o que está acontecendo?” [íntegra aqui]
Mesmo com um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, a Samarco não foi capaz de colocar simples sirenes que avisassem a população da queda da barreira...


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