SUCESSÃO DE CUNHA NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA É PURO PAU DE GALINHEIRO




Se você pensa - ou tem a esperança, o que vem a dar quase no mesmo - que a mera queda de Eduardo Cunha (calma, não comemore, ele - ainda- não caiu) da presidência da Câmara vai melhorar o ambiente... sinto muito, mas é porque você ainda não sabe o que lhe espera...

A linha - ou melhor, cadeia -, a cadeia sucessória de Eduardo Cunha segue o padrão do chefe. Pelo menos é o que informa o El País.

Deputados da mesa diretora que estão na linha sucessória de Cunha também enfrentam problemas: Oito dos 11 integrantes respondem a processos ou têm condenações na Justiça. Caso ocorra o afastamento do peemedebista da presidência da Casa, o 1o vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA) assume interinamente o cargo, com a missão de convocar novas eleições no prazo de cinco sessões. O parlamentar é um dos 32 deputados do PP investigados na Lava Jato. Ele foi citado pelo doleiro e delator do esquema Alberto Youssef como sendo o receptor de pagamentos mensais que variavam de 30.000 a 50.000 reais. Além disso, ele também responde a dois outros processos no Supremo Tribunal Federal, por lavagem de dinheiro ou ocultação de bens. Procurado pela reportagem, ele não quis se manifestar sobre o assunto.

Os problemas da mesa diretora não param aí. O segundo na linha de sucessão de Eduardo Cunha, caso ele seja afastado e Maranhão não possa assumir, é Fernando Giacobo (PR-PR). Atualmente um inquérito - etapa anterior à abertura de processo - contra ele por crimes contra a ordem tributária tramita no Supremo Tribunal Federal, e ele já se livrou de outras ações penais que incluem crimes como sequestro e cárcere privado.

(...)Continuando na hierarquia da mesa, caso o presidente seja afastado e nenhum de seus dois vices possam assumir, a responsabilidade recai sobre o 1o secretário, Beto Mansur (PRB-SP). Ele é um veterano em ações no Supremo: já se livrou de mais de uma dezena de acusações nos últimos anos. Em novembro de 2012 o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego encontrou 22 trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma propriedade do deputado no interior de Goiás. Lá os funcionários faziam jornadas de até 24 horas nas lavouras. No STF ele foi absolvido após a corte deliberar que já havia uma investigação criminal sobre o assunto, arquivada por falta de evidências. Em 2014 o Tribunal Superior do Trabalho o condenou a pagar indenização de 200.000 reais por dano moral coletivo a trabalhadores rurais enfrentavam condições degradantes nas fazendas de Mansur. Atualmente, o parlamentar ainda é alvo de três processos no Supremo por crimes contra a administração pública, crimes de responsabilidade fiscal e trabalho escravo.


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