Todo brasileiro consciente é contra a ditadura, sabe que ela torturou, assassinou, desapareceu com pessoas. Censurou a imprensa, as artes, o ensino. Acabou com eleições diretas para presidente da República. Com a democracia.
Mas, nós botafoguenses somos supersticiosos e temos um motivo a mais para abominar aqueles tempos. Historio.
Os anos 1960 foram gloriosos para o Glorioso. Títulos em cima de títulos, até junho de 1968, quando o Botafogo foi bicampeão carioca.
Em dezembro daquele ano, veio o AI-5, o golpe dentro do golpe, que instalou a ditadura no Brasil. A partir daí, o Botafogo não ganhou mais nada. Foram 21 anos sem título.
Coincidentemente (?), o Botafogo só voltou a ser campeão em junho de 1989, ano em que os brasileiros voltaram às urnas para eleger por votação direta o presidente da República. O jejum de títulos acabou junto com o jejum de eleições diretas para presidente.
Ou seja: Além dos motivos que os brasileiros temos para ser contra o golpe e a ditadura, nós botafoguenses temos esse outro: dá azar ao Botafogo.
Porque Botafogo combina com liberdade e democracia.
O título de 1968
Data: 9 / 6 / 1968
Local: Maracanã (Rio de Janeiro) Público: 141.689
Árbitro: Armando Marques
Gols: 1° tempo: Botafogo 2 a 0, Roberto e Rogério; Final: Botafogo 4 a 0, Jairzinho e Gérson
Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar.
Técnico: Zagallo
O título de 1989
Data: 21 / 6 / 1989
Local: Maracanã (Rio de Janeiro) Público:56.412
Árbitro: Valter Senra
Gol: Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo
Botafogo: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vítor; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha)
Técnico: Valdir Espinosa
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