Caixa passa Itaú e é o segundo maior banco brasileiro. E o governo Temer-Cunha quer privatizá-la

Li no Valor Econômico:
A Caixa Econômica Federal ultrapassou o Itaú Unibanco e assumiu a segunda colocação no ranking de maiores bancos brasileiros no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o critério do Banco Central. O banco público encerrou março com R$ 1,242 trilhão em ativos totais, um aumento de 3% em relação a dezembro. O Itaú registrou queda de 6% nos ativos.
Pois é. Assim mesmo - ou por isso mesmo - ela pode ser a bola da vez nas privatizações do setor. Afinal, temos três bancos gigantescos, o do Brasil, a Caixa e o BNDES.

O grande representante do capital internacional, ou, em outras palavras, do Mercado, Armínio Fraga, já disse que isso não é bom. Ele não é o ministro, mas não importa. Quando a opção é pelo Mercado, seja o ministro quem for, quem manda é o Mercado. Postei até sobre isso aqui no blog. Confira:



O áudio é de Armínio Fraga, sem cortes ou montagens.

Coloquei nas legendas as vacilações de Fraga, porque achei que elas mostravam a preocupação dele em escolher as palavras. Porque sabe que esse é um assunto altamente explosivo, por envolver, nas palavras dele, "Três bancos públicos gigantes".

Mas, antes disso, ele alerta que vê esse assunto com uma "luz bem vermelha". Em seguida, após falar em BNDES, BB e Caixa, ele diz que ter três bancos públicos gigantes, não só na história do Brasil, mas na história mundial, que esse modelo "não é favorável ao crescimento e ao desenvolvimento".

Como ele diz que quer crescimento e desenvolvimento, vai mexer no modelo. São três. E gigantes. Logo, ele só pode a)eliminar os três; b) eliminar dois; c) eliminar um deles. Ou, tornar o gigante (pense que gigante é quem teve crescimento anormal), não-gigante, desidratando um deles, dois ou os três.

No entanto, é regra no capitalismo globalizado que, sem escala, nenhum banco sobrevive. Não à toa, Itaú e Bradesco, por exemplo, saíram às compras e engoliram inúmeros bancos.

Logo, seja qual for a solução a ser adotada por Armínio Fraga, ao final dela, um ou mais deles será privatizado. Ou serão bancos médios, facilmente comidos pelos gigantes privados. Portanto, privatizados.

Ele não usa a palavra, mas ao sentenciar que ao final, talvez eles não tenham assim tantas funções, e que "não sabe bem o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito", a privatização fica nas entrelinhas, bem ali, entre os a, e, i, i, ff, que precedem algumas das palavras de Armínio Fraga.

Mais, a privatização é a única alternativa para ele.

O Banco do Brasil é muito emblemático, por levar o nome do país.

O BNDES não precisa de privatização. Com um governo amigo, ele é melhor público do que privatizado, porque faz empréstimos de mãe para filho aos amigos do poder e o prejuízo fica com o país.

Resta a Caixa.