Governo Temer-Cunha trabalha pela absolvição de Cunha na Comissão de Ética. Ou pelo menos que ele não perca o mandato




O Partido da República (PR) trocou dois nomes da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara por outros mais ligados ao deputado Eduardo Cunha.

Cunha, como ficou claro na votação do impeachment da presidenta Dilma, tem muita força na Câmara e, em especial, no PR. A tal ponto que o Partido afirmou na véspera da votação do impeachment de Dilma que votaria contra e no dia seguinte votou maciçamente a favor (Sim, sim, sim!). A sinalização de uma participação do PR no eventual governo Temer-Cunha foi a pedra de toque da mudança de votos.

Agora, o governo Temer-Cunha trabalha pela absolvição do deputado na Comissão de Ética da Câmara. Ou, pelo menos, que ele não seja cassado

Aí entra a troca de nomes na CCJ.  Lá está sendo analisada uma consulta feita pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Por ela, caso Cunha não seja condenado à perda de mandato pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, mas a uma pena de suspensão, por exemplo, o Plenário da Câmara não poderá alterar essa decisão. Tem que aprová-la ou rejeitá-la. Neste caso, Cunha sairia não apenas com o mandato mas sem punição alguma.

Com o reforço dos dois nomes novos, o governo Temer-Cunha trabalha para que o parecer de Lira seja aprovado, o que tornará a decisão da Comissão de Ética quase que conclusiva.

A Comissão de Ética tem 21 nomes. E a máquina do governo Temer-Cunha em cima deles a todo vapor para livrar Eduardo Cunha da cassação, que implica em perda de mandato, do foro privilegiado e o coloca nas mãos de Moro.

Cunha já avisou que não cai sozinho. Já publiquei aqui que Em mensagem pelo WhatsApp Cunha reclama de 5 milhões para Temer: - Cadê o meu?

Se a CCJ aprovar a proposta de Lira, tudo fica nas mãos da Comissão de Ética, que está bastante dividida. O que sinaliza que Cunha (pela força que tem e com o reforço de Temer) vai se livrar, com, no máximo, uma pena de suspensão.