Cunha queria saber de Temer qual o relacionamento dele com Yunes. Moro proibiu a pergunta. Agora, sabemos por quê


Em seu processo de defesa, o ex-deputado Eduardo Cunha convocou o atual presidente Michel Temer como testemunha. Para isso, enviou várias perguntas a Temer, mas o juiz Sergio Moro censurou algumas, entre elas duas em que Cunha queria saber que tipo de relacionamento o atual presidente tem com o advogado José Yunes:
1) “Qual a relação de Vossa Excelência com o Sr. José Yunes?” 
2) “O Sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB, de forma oficial ou não declarada”
Agora já é possível saber por que Moro vetou as perguntas: ele sabia que estava havendo uma delação e que nessa delação havia uma afirmação muito comprometedora da relação Temer-Yunes (que certamente Cunha sabia...).
Um alto executivo da Odebrecht, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empresa Cláudio Melo Filho, delatou a entrega de dinheiro vivo, durante a campanha de 2014, no escritório de advocacia de José Yunes, amigo e conselheiro próximo do presidente Michel Temer, em São Paulo.

O dinheiro seria parte dos R$ 10 milhões que Marcelo Odebrecht resolveu destinar ao PMDB, após um jantar que teve em maio de 2014 com Michel Temer, no Palácio do Jaburu (residência oficial do então vice-presidente).
O grifo é meu, para destacar que Michel Temer usou residência oficial para pedir dinheiro à Odebrecht (oficialmente, verba para campanha - o que também é ilegal).
A versão do delator da Odebrecht, no entanto, é outra. Os recursos que Melo Filho cita em sua delação não foram depositados em contas partidárias conforme manda a Justiça Eleitoral. Aos investigadores, ele revelou que um dos endereços de entrega do dinheiro teria sido a rua Capitão Francisco, nº 90, em São Paulo. Justamente a sede do escritório José Yunes e Associados.[Fonte: BuzzFeed]