Das masmorras de Curitiba surge um novo tipo de propina: Viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido. O alvo: Graça Foster


O ex-diretor da Petrobras Renato Duque está preso há dois anos. No desespero de sair da cadeia, tenta mais uma delação premiada, que ainda não conseguiu. Ontem, ele jogou mais uma isca para que o aceitem como delator ao acusar a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster, colocada no posto por Dilma, de saber da propina na empresa, uma propina, como a viúva Porcina, que foi sem nunca ter sido:




"Ela me chamou no gabinete e disse o seguinte: eu sei o que foi feito, eu sei que é feito e sei que tem que ser feito. Eu só não sei fazer. Eu preciso da sua ajuda para que isso aconteça", afirmou Duque, durante depoimento ao juiz Sergio Moro.
A conversa teria ocorrido na época em que Graça estava na diretoria de Gás e Energia. Ele não deu detalhes sobre a data.[Fonte: Folha]

Segundo Duque, Graça e o presidente da Petrobras na época, José Eduardo Dutra (falecido), iriam receber um milhão de dólares cada de propina por uma transação entre a petroleira brasileira e a multinacional Saipem, que era fornecedora da Petrobras.

Duas observações sobre esta tentativa de delação.
  1. Morto, Dutra não pode se defender da acusação. Graça Foster foi colocada na presidência da empresa por Dilma, quando a presidenta sentiu que havia cheiro de "malfeitos" na estatal. De cara, Graça demitiu Paulo Roberto Costa, José Zelada e o Renato Duque que a acusa agora.
  2. A história de Duque é fantasiosa. Por ela, Graça Foster o demitiu no mesmo ano em que lhe pedira orientação para receber propina. Ah, e a prova da propina. Não há, simplesmente porque os emissários da Saipem ficavam "empurrando a dívida com a barriga", segundo Duque. A propina não saiu...

Ou seja: Duque acusa Graça de receber uma propina que nunca foi paga. Como a Viúva Porcina, personagem de Dias Gomes, que era viúva de Roque Santeiro, sem ter sido casada com ele e sem que ele tivesse morrido...

Desesperado para sair da cadeia, Duque conta com a boa vontade do juiz Moro em aceitar como delação uma acusação sem pé nem cabeça dessas.

Pelo histórico, arrisca-se a ser bem sucedido. Pra isso, só falta dizer que Lula sabia da história.



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