Uma Thurman: 'Weinstein me agrediu sexualmente mas Tarantino tentou me matar em Kill Bill'. Confira o vídeo da 'tentativa'

Uma Thurman
Foto: Damon Winter/The New York Times

Em entrevista ao New York Times neste sábado, chegou a vez da atriz Uma Thurman (de Kill Bill e Pulp Fiction, ambos dirigidos por Tarantino e produzidos por Weinstein) contar suas histórias de agressões machistas, assédios sexual e moral.

Thurman revelou que foi estuprada aos 16 anos por outro ator, que ela não identificou, e que durante toda a carreira foi vítima de machismo, abuso de poder e intolerância masculina.

Em novembro passado, Thurman havia criticado Weinstein, comemorado as denúncias contra o produtor e chegou a prometer que iria falar contra ele, "quando estivesse pronta".

Parece que chegou a hora.

O incidente com Weinstein, disse ela, ocorreu em uma suíte no Hotel Savoy em Londres, logo após o sucesso da Pulp Fiction, em 1994, produzido por ele.

"Ele me empurrou, tentou se colocar em cima de mim ... Fez todos os tipos de coisas desagradáveis, mas não conseguiu ficar sobre mim como queria. Você se torna um animal se esgueirando como um lagarto", ela disse.

De acordo com sua versão, um dia depois, recebeu um buquê de flores do produtor com uma nota que dizia: "Você tem grandes instintos".

Thurman reconheceu que sua carreira não foi afetada pelo incidente: os assistentes de Weinstein continuaram a chamá-la para novos projetos cinematográficos.

Quanto a Tarantino, Uma Thurman o acusa de "tentativa de assassinato" durante a filmagem de Kill Bill 1. Segundo ela, o diretor a forçou a dirigir um carro com defeito na famosa cena do acidente de carro do filme. Ela queria um dublê, mas ele não aceitou.

"Quentin veio ao meu trailer e não queria ouvir, estava furioso com a demora na filmagem, mas eu estava com medo. Ele disse:' Eu prometo a você que o carro é bom, é uma estrada é reta, você deve chegar a 65 quilômetros por hora porque, de outra forma, seu cabelo não vai balançar como deve e vou fazer você repetir' ... Era uma armadilha da morte, o assento não estava preso como deveria, a estrada não era reta e estava cheia de areia ", ela disse.

O resultado, foi um acidente que colocou sua vida em risco.

"O volante pressionava minha barriga e minhas pernas estavam presas debaixo de mim. Senti uma dor muito forte e pensei: 'Não vou andar de novo'. Quando saí do hospital com um colar cervical, meus joelhos danificados e um hematoma eu quis ver o carro, estava muito irritada. Tive uma tremenda briga com Quentin e o acusei de tentar me matar. Ele ficou muito irritado porque, suponho, compreensivelmente, ele não sentiu que tivesse tentado algo assim", disse ela.

"Harvey me agrediu sexualmente, mas isso não me matou", disse, quase no final da entrevista, aludindo ao acidente pelo qual culpou o diretor.

"Pessoalmente, levei 47 anos para entender que as pessoas que são más comigo não estão apaixonadas por mim". Demorou muito tempo porque acredito que, desde criança, somos condicionadas a acreditar que a crueldade e o amor de alguma forma têm uma conexão, mas esse é o tipo de situação da qual precisamos evoluir ", concluiu.

Assista ao acidente a partir da câmera colocada dentro do Karman-Ghia que ela dirigia. O vídeo não tem áudio.




Fonte: BBC Mundo e New York Times.



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