'Aposta de economistas e militares no governo é de que os fatos e o mundo real se imporão sobre tuítes e o mundo virtual'

Bolsonaro

Hoje à tarde, o presidente Jair Bolsonaro tem encontro marcado com o núcleo de seu governo. Não, não é com seus filhos e mais Olavo e Filipe Martins, o guru da Presidência da República para Assuntos Internacionais.

É com o núcleo oficial: os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Paulo Guedes (Economia).

Segundo o jornalista Tales Faria, em seu blog, ele vão levar ao presidente o mesmo alerta que lhe fez o presidente da Câmara Rodrigo Maia: trabalhe para aprovar a Reforma da Previdência.

Aliás, o filho Flávio, aquele do Queiroz e que preferiu preencher e depositar 48 envelopes com R$ 2 mil cada apenas para não entrar na fila do banco, postou em seu perfil no Twitter, reproduzido aqui, que "A governabilidade durante os 4 anos de governo está diretamente ligada à aprovação da Nova Previdência. Essa é a única frente de batalha que deve ser aberta no momento, todas as outras atrapalham o Brasil".

Tales Faria termina sua postagem com a frase que escolhi como título desta:
Por enquanto, a aposta de economistas e militares no governo é de que os fatos e o mundo real se imporão sobre tuítes e o mundo virtual do bolsonarismo radical. [Fonte: Blog do Tales Faria
Se a esperança é essa, então o governo acabou, porque não há chance de o tal bolsonarismo radical mudar de postura.

É a mesma expectativa que muitos tiveram antes da eleição, a de que Bolsonaro mudaria ao assumir o governo.

Pelo contrário, o bolsonarismo deve se radicalizar ainda mais, pois conta com se desfazer da "velha forma de fazer política" (aquela que busca consenso negociando com políticos eleitos cargos e verbas para seus projetos) pela força do que chamam a "nova política", resumida em um tuíte de Filipe Martins:
E a única forma de ativar a lógica da sobrevivência política é por meio da pressão popular, por meio da mesma força que converteu a campanha eleitoral do PR Bolsonaro em um movimento cívico e tornou possível sua vitória. É necessário, em suma, mostrar que o povo manda no país.
 Eles consideram que bastam pressões sobre os políticos pelas redes sociais para que eles façam o que o governo (que eles chamam de vontade do povo) quer.

Para tanto existe até um Atlas Político, com um Placar da Previdência, com endereço e perfil dos congressistas para que o povo povo pressioná-los.

Esquecem-se de que só venceram as eleições pelas redes sociais, sim, mas sem o principal adversário (preso político, condenado sem provas, proibido até de dar entrevistas, o que não é aplicado a nenhum outro prisioneiro) e com o apoio ilegal de empresários e sob as bênçãos da mídia.

Agora, o "adversário" deles é o Congresso, mesmo Congresso que recusou, por exemplo, a emenda das Diretas Já, com imenso (84%) apoio popular, em 25 de abril de 1984.



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