Globo chama Dallagnol pra malhar deputado do PT, mas ele fica com medo de ter de falar de Moro e Flávio Bolsonaro e afina

Dallagnol preocupado sobre diálogos vazados

A mais recente publicação de reportagem do The Intercept Brasil sobre mensagens trocadas nos bastidores da Operação Lava Jato, ficamos sabendo do verdadeiro barata voa que causou a ida de Moro para o Ministério da Justiça.

Em outras divulgações anteriores, essas preocupações ficavam claras, mas elas se pronunciaram com maior evidência quando surgiu o caso Queiróz, que envolvia em corrupção o filho de Bolsonaro (e seu herdeiro no gabinete de deputado estadual do Rio) Flávio.

A dúvida entre eles era sobre como Moro reagiria ao fato, que poderia desgastá-lo e, por correlação, à Operação.
A notícia levou Dallagnol a pedir a opinião dos colegas sobre os desdobramentos do caso, e sobre como seria a reação de Moro. A procuradora Jerusa Viecilli, crítica da aproximação de Moro com o governo Bolsonaro, respondeu “Falo nada … Só observo".
Dallagnol manifestou sérias preocupações com a forma que o ministro da Justiça conduziria o caso, sugerindo que o ex-juiz poderia ser leniente com Flávio, seja por limites impostos pelo presidente ou pela intenção de Moro de não pôr em risco sua indicação ao Supremo: “É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, digitou o procurador. “Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu. Dallagnol completou, sobre o presidente: “Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”
Como Moro (não) agiu estamos vendo até hoje, quando se aproxima o final do sétimo mês de governo e o processo está parado e Queiróz desaparecido.

A preocupação com a imagem de Moro por Dallagnol era tanta, que ele chegou a recusar uma oferta ao Fantástico da Globo [imagem], onde poderia criticar um deputado do PT, apenas com receio de que a reportagem pudesse tocar no caso Flávio Bolsonaro e ele simplesmente não saber o que dizer.

Para quem como Dallagnol não podia abrir a porta da geladeira e ver acender a luz sem caprichar no sorriso ou na indignação pensando que era para uma entrevista, deve ter sido um tremendo sacrifício dispensar as câmeras do Fantástico.

Tudo para proteger Moro.


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