Moro provoca reação indignada da imprensa mundial ao botar PF para investigar jornalista que denuncia bastidores da Lava Jato


A notícia publicada no site oficioso da Lava Jato e do bolsonarismo, Antagonista, de que a polícia federal pediu ao Coaf dados sobre a movimentação financeira de Glenn Greenwald, o jornalista que denuncia no site The Intercept Brasil os bastidores da Lava Jato, causou indignação nos principais jornais do mundo, mostra Nelson de Sá, que escreve sobre imprensa internacional na Folha.

Sergio Moro segue acumulando cobertura negativa no exterior. Em título, o francês Le Monde descreveu “o agora ministro do presidente de extrema direita” como “herói caído da anticorrupção”, depois das mensagens reveladas pelo jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept.
O britânico The Independent, citando a ascensão de Jair Bolsonaro como “legado” maior da Lava Jato, publicou: “E foi Moro, uma figura partidária de direita com ilusões messiânicas, disposta a acabar com o Estado de Direito em busca de seus objetivos, que desempenhou o papel principal de colocá-lo lá”.
O site americano HuffPost, destacando que Moro agora “encara seu próprio escândalo”, fechou extensa reportagem com a avaliação de que “poderia ser um roteiro de Hollywood sobre os perigos do excesso de ambição e de vaidade”.
Ao longo da terça-feira, com o ministro evitando confirmar ou negar que a Polícia Federal —que ele controla— está investigando Greenwald, as reações em mídia social foram de choque. Por exemplo, do correspondente do britânico The Guardian na América Latina: “Assustador”.
No fim do dia, a organização Freedom of the Press Foundation soltou nota, dizendo que o cerco do ministro “não é apenas um ataque ultrajante à liberdade de imprensa, mas um grosseiro abuso de poder”.
E, em nota conjunta, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos se pronunciaram contra as “ameaças, desqualificações e intimidações” ao jornalista.
Enquanto no Brasil Moro tenta manter a pose e disfarçar sua insegurança crônica com cinismo, o mundo tira a máscara do justiceiro de Curitiba, que agora conta apenas com os bolsonaristas hidratados com mamadeiras de piroca e lições de Olavo de Carvalho para manter acesa a chama do super herói, que se apaga.

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