Sonegação do Itaú. Denúncia não é apenas da CPI. Secretaria de Fazenda de SP aponta sonegação de R$ 3,8 bilhões


Relatório da Secretaria Municipal de Fazenda de SP aponta sonegação bilionária do Itaú


Embora advogados do Itaú digam que está tudo bem, não há sonegação alguma, a realidade mostrada no relatório final da CPI da Sonegação Tributária e também destacada por outro entregue à CPI pela Secretaria Municipal de Fazenda é bem diferente.
A Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo informou em documento endereçado à CPI da Sonegação Tributária, da Câmara municipal da capital paulista, que o Banco Itaucard e o Banco Itauleasing simularam estabelecimento em Poá – município da região Leste da Grande São Paulo – e, assim, sonegaram o Imposto Sobre Serviços (ISS).
O valor da autuação que os bancos devem aos cofres municipais é de R$ 3,798 bilhões, e representa o imposto devido entre janeiro de 2014 a dezembro de 2018, acrescido de multa. A operação fiscal com relação às duas instituições está em fase de conclusão. [Estadão]
O relatório da CPI mostra que o Itaú afirma ter realizado várias Assembleias em Poá, com diretores que confessaram à CPI nunca ter posto os pés naquele município.

Trecho de depoimento de Valeria Lopes Reisner, retirado do relatório final da CPI:
P –Onde fica a Itaucard?
R -A Itaucard? Fica em Poá.
P –Em Poá?
R -Eu entendo que sim.
P -A senhora sabe o endereço?
R –Não, eu não tenho essa informação.
P –Porque a senhora, inclusive, consta como responsável do CNPJ, do quadro de sócios e administradores, a senhora consta como sócia ou administradora desse banco. E a senhora não sabe o endereço, aonde fica?
R –Não, eu não tenho essa informação.
P -Ah, tá. A senhora sabe me dizer quantos funcionários tem o Itauleasing?
R -Não.
P -Também não? A senhora saberia me dizer quantos funcionários tem no Itaucard?
R –Não, não tenho essa informação também.
P –A senhora já foi lá em Poá?
R –Nunca.
P -Nunca foi?
R –Nem profissionalmente nem em outras situações, eu não conheço.
Depoimento de Gilberto Frussa, retirado do relatório final da CPI:
Bom,  meu  nome  é  Gilberto  Frussa,  eu  sou administrador  de várias  empresas  do  grupo  Itaú.  Minha  responsabilidade  básica  é por  questões  envolvendo  interface  com  reguladores.  Então,  minha  área  é  ponto focal  para  a  interface  com  o  Banco  Central,  CBM,  Susep,  e  também  parte  disso suitability,  que  é  enfim  adequação  dos produtos  que  o  banco  oferece  para  seus clientes para o perfil específico daquele cliente, e por fim, também sou responsável por política de relacionamento com clientes que é uma regrarelativamente recente, que  surgiu  no  Banco  Central,  onde  o  banco  tem  queter  padrões  específicos  de como interagir com seus clientes. Então,  tudo  visando  mais  qualidade,  transparência  do  banco  com  seus  clientes. Essas  três  atividades  demandam,  por  exigência  do  Banco  Central,  que  qualquer instituição  financeira,  assim  como  explicação  que  a  Vanessa  deu  no  início  da sessão, você tem de ter nas instituições financeiras do grupo pessoas responsáveis por determinadas atividades e eu sou o responsável por essas três atividades em, hoje, 20 instituições financeiras do grupo. Dentre elas, o Banco Itaucard. Mas, já adiantando, enfim, trabalho em São Paulo, moro em São Paulo, trabalho no Jabaquara.  Não  visitei  Poá,  assim  como  não  visitei,  acho  que  grande  parte  ou  a quase  totalidade  das  quatro  mil  agências  que  o  banco  tem.  O  Banco  é  muito grande,  têm  vários  polos  administrativos,  têm  polos,  têm  agências,  enfim,  vários prédios pelo Brasil todo. Então, só para dar um pouco do contexto de que faço essa atividade transversal, mas não sou o responsável pela operação de leasing que euu entendo ser o objeto da Comissão Parlamentar de Inquérito aqui.
P –Okay, então o senhor nunca esteve lá em Poá?
R -Nunca estive em Poá.

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