Estratégia de Bolsonaro para coronavírus é responsável pela tragédia na Itália que já matou 7503



Bolsonaro coloca movimentação econômica acima da vida dos brasileiros



Em 28 de fevereiro deste ano, a Itália tinha um número de mortos pelo coronavírus (17) menor do que o Brasil hoje (63), quando o primeiro-ministro resolveu adotar a medida defendida agora por Bolsonaro, de flexibilizar o isolamento e deixar a economia funcionar.

A medida foi tomada por lá. As pessoas voltaram às ruas, numa vida quase normal, como pretende Bolsonaro aqui. E a coronavírus se alastrou.


As consequências desta política de desestimular o isolamento social e a quarentena voluntária logo se revelou desastrosa. Três dias após as manobras e declarações do premiê Conte para manter o clima de normalidade em meio à pandemia o número de mortos dobrou: em 1º março, a Itália tinha 34 mortos. O balanço de vítimas fatais continuou a crescer exponencialmente, com 79 mortes em 3 de março. E o número seguiu subindo, até tornar o país em recordista de óbitos por Covid-19 no mundo, com 7.503 vítimas anunciadas nesta quarta-feira, à frente da China, epicentro da doença no mundo.
As autoridades italianas tentaram retomar uma política de quarentena e isolamento em 9 de março, quando o número de mortos chegou a 463. Diante de uma emergência epidemiológica sem precedentes, Conte anunciou que todo o país ficaria em situação de isolamento, algo que já estava ocorrendo em maior ou menor escala na Lombardia, no norte do país, e em outras 14 províncias. "Estamos ficando sem tempo”, disse o primeiro-ministro, ao anunciar que o lema a transmitir aos cidadãos é “eu fico em casa”. “É a pior crise que vivemos desde o final da Segunda Guerra Mundial”, resumiu, quando decretou o fechamento de todas as fábricas e atividades produtivas que não sejam imprescindíveis para o funcionamento do país.
A autocrítica veio de quem viu na prática os impactos da doença na população mais vulnerável. “Acho que durante todo esse tempo subestimamos a gravidade da situação”, contou por telefone Michele Lafrancesco, atendente em uma residência de idosos de Monza-Brianza, a 30 quilômetros de Milão, a repórteres do EL PAÍS.
Apesar de ter particularidade climáticas e sociais diferentes da Itália, o Brasil enfrenta uma situação semelhante, apesar de estar em outro estágio da evolução da pandemia, com 57 mortos pela doença segundo dados desta quarta-feira. O presidente Bolsonaro tem se esforçado para —contrariando a Organização Mundial de Saúde e recomendações iniciais de seu próprio Ministério da Saúde—minimizar a crise para evitar que a situação econômica se deteriore ainda mais. Ele chegou a criticar medidas “alarmistas” de alguns governadores do país e o fechamento de escolas, o que gerou um grave conflito com os políticos regionais. Os chefes dos Executivos estaduais e municipais, que lutam para conter o ímpeto do contágio e evitar a saturação do Sistema Único de Saúde, determinaram, em alguns casos, o fechamento de todos os estabelecimentos não essenciais, como foi feito por João Doria em São Paulo, o principal foco da doença no país. [El Pais]

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