Após 19 meses, Queiroz depõe ao MP. Quando será a vez de Guedes, que está há 21 sem depor?


Finalmente hoje, de sua prisão domiciliar, o homem da rachadinha da família Bolsonaro Fabrício Queiroz depôs ao Ministério Público do Rio, por vídeo.

Há 19 meses sumidão na casa do "Anjo", o depoimento de Queiroz ainda não foi revelado, pois o processo corre (se é que se pode usar o verbo num processo que se arrasta) em sigilo.

Mas existe um outro depoimento importante, não sobre o mesmo caso, mas que está há 21 meses atrasado: o do posto Ipiranga de Bolsonaro, ministro Paulo Guedes, que tem que explicar o prejuízo de mais de R$ 1 bilhão a fundos de pensão da Petrobras, Caixa, Correio e BB.

Seu primeiro depoimento estava marcado para novembro de 2018, antes da posse. Mas Guedes teve uma providencial virose e seu depoimento foi adiado e assim segue até hoje, 21 meses depois.
Guedes é alvo de três investigações, na Polícia Federal e na Procuradoria da República no Distrito Federal, para apurar indícios de gestão fraudulenta ou temerária ao captar e aplicar, a partir de 2009, R$ 1 bilhão de sete fundos de pensão.

Além da Funcef. estão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Postalis (Correios).

(...) Para administrar os recursos, Guedes criou a BR Educacional Gestora de Ativos.

Segundo as investigações, apesar da alta cifra captada, a empresa não tinha experiência, tendo, em 2009, obtido recentemente autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para operar.

Além disso, a primeira empresa a receber investimentos, a BR Educação Executiva S.A., era, segundo investigadores, “de prateleira”.

Havia sido criada em abril de 2009 por um escritório de advocacia especializado em vender CNPJs. Constavam como sócios dois funcionários da banca, que são responsáveis por várias outras firmas.

Pelas investigações em curso, a empresa recebeu R$ 62,5 milhões do FIP BR Educacional. Não tinha patrimônio líquido, histórico de faturamento ou qualquer outra garantia.

A BR Educação Executiva teve o nome alterado para HSM. Guedes atuou nas duas pontas do negócio. Foi presidente do conselho administrativo da empresa, que recebeu recursos dos fundos de pensão. Ao mesmo tempo, era sócio majoritário da gestora, que decidia o destino do dinheiro. [Fonte: Folha]
Ou seja: não é apenas no governo Bolsonaro que Guedes tem múltiplas funções. Na negociação investigada, ele era cliente numa ponta e fornecedor na outra. Tudo bancado pelos fundos de pensão.

A fila andou com os depoimentos de Flavio Bolsonaro (18 meses depois do início) e Fabrício Queiróz (19), vamos ver o Guedes 21 quando dá as caras.




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