Irregularidades da campanha de 2002 voltam para assombrar Serra

O inferno astral do governador de São Paulo, José Serra, parece estar apenas no começo. Como se já não bastasse a volta dos vampiros para atormentá-lo, com a informação de que R$ 227 milhões foram desviados do Ministério da Saúde, durante sua gestão, agora vem a informação de que a prestação de contas de sua campanha em 2002 estava recheada de irregularidades.

Sabemos perfeitamente – e isso vem sendo destacado pela mídia e pelos correligionários tucanos – que candidato não tem nada a ver com os custos da campanha – a menos que o candidato seja o presidente Lula. O “operário ignorante” é que, sabe como é que é, quem nunca comeu melado... Mas Serra, mas FHC, nunca nunquinha, são homens da mais alta estirpe, que tratam da alta política – ainda que às vezes no limite da irresponsabilidade -, mas sem jamais, em tempo algum, atentar para o detalhe dos milhões de reais que chovem em suas campanhas.

Além do mais, declarou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, que tudo já foi explicado, não há problema algum.

Notas frias na campanha de Serra em 2002

Perfeito. Realmente não houve problema algum. Apenas “detalhes sem importância”, como, por exemplo, a emissão de notas frias.

A Receita Federal detectou notas fiscais frias emitidas por uma empresa fantasma e por outra inidônea para o PSDB e a campanha à Presidência da República em 2002 do tucano José Serra, no valor de R$ 476 mil, segundo a Delegacia da Receita Federal de Brasília, que suspendeu a imunidade tributária do partido e o autuou em aproximadamente R$ 7 milhões.
A Folha obteve documentos sigilosos da auditoria nas contas tucanas e do auto de infração. A empresa inidônea é a Marka Serviços de Engenharia, que estava desativada desde janeiro de 1996 e pertence a Márcio Fortes, secretário-geral do PSDB (1999 a 2003) quando as notas foram emitidas. Em 2002, Fortes presidiu o comitê financeiro tucano nas eleições.

Empresa irregular era de presidente do comitê financeiro da campanha de Serra

A empresa estava desativada desde 1996 e aí, de repente, não mais que de repente, ressurge dos mortos e espeta quase meio milhão na campanha de Serra.

Mas, é óbvio que não houve irregularidade alguma aí, pois tucanos não cometem irregularidades, e o dono da empresa ressurrecta, Márcio Fortes, era secretário-geral do PSDB e presidente do comitê financeiro da campanha.

Os cheques que foram parar na conta de Márcio Fortes, nominais à Marka, têm, é claro, uma explicação perfeitamente lógica e inquestionável, segundo Fortes:

- Eu tinha "que operar essa questão".

Viu? E como é que nós não vimos que ele tinha que operar? Ô gente desinformada...

Mas, digam o que disserem sobre o candidato da Rede Globo (clique aqui para ver Ato falho de Cristiana Lobo mostra que Globo já elegeu Serra ), a derrota interna para Alckmin na escolha do líder do partido, a volta dos vampiros e agora o problema com as contas da campanha mostram o inferno astral que atravessa o governador paulista.

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